Em plena pandemia, Carlos Mello e Luis Leão venceram o medo, romperam padrões na arte e no design e lançaram a MainGUILTY. Uma marca de mobiliário baseada na história e experiências pessoais de ambos que nasce em Paços de Ferreira para o mundo.
Como surgiu a MainGUILTY?
A MainGUILTY surge da nossa fusão, dois amantes de design, dois apaixonados por criar e, de certa forma, por criar mobiliário. Somos nascidos e criados em Paços de Ferreira, conhecida por Capital do Móvel. Assim, a MainGUILTY surge por influência de tudo, por um lado pela influência do mobiliário, com o qual sempre vivemos de perto e por outro lado, por queremos realmente criar algo distinto e completamente inovador face à realidade do mercado que nós conhecemos. Decidimos colocar a nossa cabeça a prémio, neste momento, porque, criámos uma coleção diferente, completamente distinta e que põe à prova a produção local e habitual de Paços de Ferreira. O que é um grande desafio, porque as pessoas da zona não estão habituadas a trabalhar com este tipo de mobiliário, mas a realidade é que encararam isto como um desafio e tem sido incrível a forma como abraçaram este projeto.
As vossas peças são todas produzidas em Paços de Ferreira?
Sim, nós quisemos olhar para esta produção local e dá-la a conhecer ao mundo. Sabemos que o mobiliário de Paços de Ferreira é dos melhores a nível mundial e isto é muito importante frisar, porque muitas marcas a nível mundial, mesmo as que assinam como Made in Italy, são produzidas em Paços de Ferreira. Por isso, nada melhor do que saber que a produção é muito boa, a melhor do mundo, para trazermos novos desafios para cima da mesa, com um lado criativo apurado e com isto fazer realmente nascer uma marca como a MainGUILTY.
Um das coisas muito interessantes também de destacar é que nós já tínhamos a ideia de criar uma marca como a MainGUILTY. Andávamos a “namorar” esta ideia que acabou por surgir, simultaneamente à pandemia que também foi um grande desafio, mas, de certa forma, faz parte da nossa personalidade encarar esses desafios como objetivo a concretizar e tornar realmente possível. Em plena pandemia, durante o ano passado, desenvolvemos toda a marca, toda coleção, mais de 110 produtos, website, todos os meios e formas de comunicação, e lançámos a marca em dezembro de 2021 na Expo Corunha, em Espanha, sempre com o objetivo de a internacionalizar. Quisemos lançar a marca no estrangeiro, com o propósito de a comunicar ao mundo, consequentemente surgiu recentemente a oportunidade de ir para o Qatar apresentar a nossa marca… isto foi a cereja em cima do bolo! Com esta oportunidade conseguimos posicionar-nos muito mais próximo do nosso target.
Qual foi a recetividade do público português e do público estrangeiro às vossas peças?
Em relação à aceitação da MainGUILTY, a nível internacional, o feedback que tivemos, especialmente em Espanha, na feira da Corunha, foi excecional… As pessoas adoraram! Levámos cinco ou seis peças que estão prototipadas e as pessoas adoraram! Especialmente, duas delas: a Vesúvio Sideboard, inspirada no vulcão do Vesúvio, que tem uma parte das chamas na estrutura e a Anthea que tem três partes da cara. Estas, sem dúvida que tiveram uma aceitação incrível. Em relação a Portugal, também é curioso, porque chegou até nós a RTP, que também nos conheceram através de uma publicação noutro meio de comunicação e o feedback depois da partilha feita pela RTP, foi muito bom. A nível nacional, o feedback tem sido genial. Em princípio, vamos participar numa feira no Porto, ainda não são conhecidas as datas, mas está em cima da mesa essa oportunidade. O Qatar surge, porque avaliando muitas feiras que existem este ano, foi uma das que mais nos agradou, primeiro, porque vai decorrer neste país o Mundial 2022 e sabemos que devido ao Mundial há sempre uma aposta forte na hotelaria e na restauração, portanto a possibilidade de criar novos contactos é maior, para além disso, a peça que vamos levar é a Vesúvio Sideboard que tem dourados com a folha de ouro na parte interior da estrutura. Este género de peças é muito apreciado no Médio Oriente e o feedback é muito bom.
Em plena pandemia como é que tiveram a coragem de avançar com este negócio?
A forma de encarar o medo é a chave. Para muitas pessoas o medo trava, mas nós vimos, nesta fase, uma oportunidade e acho que a pandemia veio dar o boost que nos faltava. Nós já andávamos a preparar, já estávamos a dar pequenos passos, nunca esteve parado este projeto, mas a pandemia foi claramente o que nos fez dar o salto. Digamos que as pessoas começaram a ter um gosto especial pelo seu lar, começaram a perceber o quão importante é o sofá ser confortável ou ter um espaço agradável em casa… então esta foi a oportunidade perfeita. Isto também foi possível porque nós concorremos ao Startup Voucher que é um programa de apoio por parte do IAPMEI. Assim, no ano passado, estivemos apoiados e suportados por este programa e com isto também conseguimos ter um fundo de maneio que tanto precisávamos para avançar.