Localizado no centro do país, o Politécnico de Leiria é uma Instituição do ensino superior com orgulho no seu passado, atenta ao presente e de olhos postos no futuro. Para conhecer o ADN desta instituição fomos conversar com Rui Pedrosa, Presidente do Politécnico e conhecer quais os seus valores desta Instituição, as suas ambições e projetos para no futuro, o IPLeiria continue a ser uma atração de talento jovem tal como é conhecido atualmente.
Para quem não conhece, como descreve o Politécnico de Leiria? Quais os valores que defende e qual a missão da instituição?
O Politécnico de Leiria é uma instituição de ensino superior pública, global, multicultural, sem muros, aberta, que coloca o conhecimento que produz ao serviço da sociedade e que forma para as competências do presente e do futuro. Hoje temos como valores a qualidade; criatividade e inovação; ética e a responsabilidade; sustentabilidade; pluralidade; inclusão. A nossa missão, vertida na estratégia 2030 é: “O Politécnico de Leiria é uma instituição de ensino superior multicultural dedicada à educação, formação, investigação e inovação, que capacita cidadãos com competências relevantes para a sociedade e que gera conhecimento com impacto para o desenvolvimento sustentável regional e global”.
No início do seu mandato quais eram os objetivos a que se propunha? Quais já conseguiu cumprir?
Foram muitos os objetivos e, felizmente, muitos os que foram alcançados. Não é fácil fazer uma síntese do que foi alcançado, mas tentarei destacar algumas dimensões que foram conseguidas. De um modo global, diria que conseguimos valorizar a qualidade e a “marca” Politécnico de Leiria. Valorizámos esta marca no ensino, na investigação, na partilha e valorização de conhecimento, e na internacionalização, suportando todos estes processos de melhoria contínua pelo reforço e valorização das pessoas do Politécnico de Leiria. Na área do ensino houve um crescimento muito significativo do número de estudantes nacionais e internacionais, nos CTeSP, licenciaturas e mestrados, novas ofertas formativas inovadoras, incluindo CTeSP, pós-graduações, mestrados e doutoramentos, uma melhoria transversal de laboratórios e espaços pedagógicos com investimento em equipamento e na renovação de múltiplos espaços. Aqui importa também destacar o projeto “100% IN- inovação social e inclusão integral” que visa a integração plena de estudantes com necessidade educativas específicas e que intenta criar políticas públicas nesta área.
Na área da investigação e na partilha e valorização de conhecimento, entre muitas coisas que foram conquistadas e que estavam nas linhas orientadoras do objetivos definidos, talvez destacasse o crescimento e valorização dos nossos 15 centros de investigação, todos avaliados positivamente e financiados pela FCT, e o aumento significativo do número de investigadores contratados, que contribuem para a liderança a nível nacional do número de projetos em cocriação com empresas. Saliento também a criação da semana da empregabilidade, a feira de patentes, um parque de ciência e tecnologia, um hub de inovação em saúde e uma incubadora de inovação social, que são alguns dos principais objetivos alcançados.
Destacaria ainda alguns projetos transversais, como o enorme reforço nas atividades artísticas e culturais, na modernização administrativa e digitalização de processos, onde se inclui a existência de um novo data center, a execução do projeto U-Bike, o reconhecimento enquanto Healthy Campus e a aprovação do projeto para requalificar a ESECS e remover os 7500 m2 de fibrocimento.
Finalmente, um dos principais objetivos propostos passava pela valorização das pessoas, que foi globalmente conseguido, através do reforço da estabilidade do corpo docente, pela criação de uma estratégia única de abertura de concursos, das estratégias de valorização de contratação de docentes a termo certo, do reforço do corpo técnico de suporte, dos dirigentes intermédios e dos investigadores.
Que outros objetivos alcançou durante o mandato, que inicialmente não eram um objetivo?
Embora o reforço da colaboração na Europa fosse um dos objetivos, não me passava pela cabeça que o Politécnico de Leiria conseguisse liderar uma Universidade Europeia. Estar na liderança na Europa dos processos de inovação e transformação do ensino superior é algo incrível. Todo o processo de gestão associado à pandemia também é algo de que o Politécnico de Leiria se pode orgulhar, pois não só conseguimos ter como prioridade a segurança da comunidade académica como também desenvolvemos muitas ações de suporte à sociedade e à região onde estamos inseridos, como criar um centro de diagnóstico para a COVID-19 e testar os lares do distrito. Muitas das iniciativas foram suportadas por voluntários, o que foi muito gratificante e distintivo. Também destacaria a criação do Núcleo de Formação de Pombal, que não era um objetivo previsto inicialmente.
Quais os projetos desenvolvidos ao longo do seu mandato de que mais se orgulha e que tiveram mais impacto na Instituição?
A estratégia de valorização de recursos humanos, particularmente a política para a abertura de concursos para todas as Escolas do Politécnico de Leiria, a liderança da Universidade Europeia, a liderança da iniciativa legislativa de cidadãos para alteração da designação dos Institutos Politécnicos para Universidades Politécnicas e para que seja possível a outorga de doutoramentos, a criação do Hub de Inovação em Saúde, a cocriação da incubadora de inovação social, o projeto 100% IN, a gestão do complexo contexto pandémico e, naturalmente, a criação do plano estratégico 2030 do Politécnico de Leiria e o início da criação da nova Escola Superior de Educação e Ciências Sociais são alguns exemplos de projetos de que me orgulho e que tiveram e vão ter um impacto significativo no futuro do Politécnico de Leiria.
A Investigação e a Inovação são dois aspetos que procuram desenvolver e melhorar continuamente.
Quais os projetos que têm previsto desenvolver a curto prazo?
A melhoria das condições do Hub de inovação em saúde, o arranque de algumas das agendas mobilizadoras candidatadas no âmbito do PRR, o arranque das atividades dos Digital Innovation Hubs, a participação em equipas e projetos de investigação internacionais no âmbito da RUN-EU, a cocriação do parque de ciência e tecnologia da indústria, a criação de uma “research and innovation factory” e a continuação do reforço do número de investigadores doutorados são alguns dos projetos de curto prazo.
A região de Leiria apesar de fortemente desenvolvida, não é uma das regiões com maior densidade populacional do país. Nesse sentido, qual é o impacto da Instituição na região?
O Politécnico de Leiria este ano académico vai ultrapassar os 14000 estudantes, está fisicamente em seis cidades e o impacto é direto e evidente na atração de talento e na fixação deste talento na região direta de influência do Politécnico de Leiria. Temos vindo a crescer há seis anos consecutivos e nos últimos quatro anos aumentámos, aproximadamente, 3000 estudantes em CTeSP, licenciaturas e mestrados.
O Politécnico de Leiria tem 5 Escolas com 5 Associações de Estudantes distintas – ESECS, Leiria, ESTG; Leiria; ESAD.CR, Caldas da Rainha; ESTM, Peniche; ESSLei, Leiria. Como descreve a vida estudantil da Instituição e o que diferencia o espírito académico em cada uma das Escolas?
É verdade que existem 5 Associações de Estudantes, mas o espírito académico é muito forte em todas as Escolas e muito semelhante. Em julho de 2021 houve um momento histórico e diferenciador, que foi a bênção das pastas no Santuário de Fátima, um momento marcante, único e que espero que faça “escola”, aproximando ainda mais as cinco associações de estudantes e, consequentemente, os estudantes de todas as nossas Escolas.
O alojamento universitário é um problema para muitos jovens estudantes deslocados. O Politécnico de Leiria dispõe de residências para os estudantes?
O Politécnico de Leiria tem 9 residências de estudantes e mais de 760 camas. Como noutros outros locais do país este é um problema com impacto na vida dos estudantes que têm de se deslocar para estudar. O Politécnico de Leiria está a acompanhar as iniciativas de municípios e entidades privadas para a criação de novas residências e camas e está atento a oportunidades que permitam mitigar este problema.
Com o surgimento da pandemia, à semelhança de muitas outras Instituições de Ensino, surgiu a necessidade de adaptação do funcionamento da Instituição. Neste sentido, quais as melhorias ou transformações realizadas de forma a manter e melhorar o funcionamento do Politécnico de Leiria para estudantes e o corpo docente?
Num primeiro impacto, o que me apetece mesmo responder é que esta pandemia não teve nada de positivo, mas, eventualmente, existem algumas situações que aconteceram e que que estão para ficar. Acelerámos os processos de desmaterialização e digitalização, por exemplo na área académica, em que os estudantes têm menos necessidade de atendimento presencial nos serviços académicos, fizemos um investimento em equipamentos tecnológicos de suporte, utilizamos hoje meios telemáticos de forma regular para reuniões e defesas académicas públicas, apenas para referir aspetos que melhoraram o funcionamento do Politécnico de Leiria e estão para ficar.
Numa altura em que ainda não vivemos um mundo livre da covid-19, mas já nos foi devolvida alguma liberdade, de que forma foi preparado e está planeado decorrer este ano letivo?
O ano académico 2021/2022 foi preparado e está a acontecer 100% com atividades presenciais. No entanto, continuamos com medidas de prevenção e mitigação da pandemia e da sua propagação, de modo a que todo o ano académico possa assim continuar.
Da sua perspetiva enquanto professor e presidente do Politécnico de Leiria porque é que esta é uma Instituição na qual se deve estudar? O Politécnico de Leiria tem os estudantes no centro da sua atividade, tem formação de elevada qualidade em todas as suas cinco Escolas, professores de excelência, que mantêm uma relação de proximidade com os estudantes, um corpo técnico de suporte dedicado e de enorme qualidade, estruturas e serviços de apoio únicos dedicados aos seus estudantes (serviços académicos, serviços de apoio e cooperação internacional, gabinete de empregabilidade, bibliotecas, serviços de apoio psicológico, serviços desportivos, serviços médicos, bicicletas elétricas, cantinas, bares, etc), para além de elevada qualidade nos seus espaços pedagógicos, de investigação e inovação. Estamos numa região com elevada qualidade de vida e pleno emprego. Finalmente os estudantes encontram no Politécnico de Leiria um ambiente multicultural único e uma rede colaborativa nacional e internacional de múltiplas oportunidades como a Regional University Network, a Universidade Europeia liderada pelo Politécnico de Leiria.