Professora Vesela, do seu ponto de vista, o que é mais valioso para os alunos ao participarem nesta experiência internacional?
Para mim, é a incrível relação que eles desenvolvem entre si mesmos, entre os colegas portugueses, espanhóis, franceses… é interessante ver que eles tentam falar, interagir, mesmo que a língua seja diferente.
E há muitas skills que eles podem desenvolver através dessa interação…
Claro, claro! Quando estávamos ainda na Bulgária, os alunos vinham dizer-me “Professora, falei com um colega francês, ou espanhol, ou português. Conheci-os e gostei imenso deles, é ótimo!” Este feedback é extremamente positivo e mostra o impacto do projeto na vida dos alunos.
Professora Nadia, quais as diferenças que consegue constatar no comportamento dos alunos entre a fase inicial do projeto e agora?
No princípio eles estavam receosos e agora não querem regressar a França! Este é um ótimo indicador.
Falando especificamente da realidade francesa, valorizar e apreciar outras culturas é uma fragilidade que deve ser colmatada?
Na nossa cidade temos muitas pessoas provenientes de países estrangeiros, e na nossa escola temos diferentes nacionalidades e, nós temos de ver esta realidade como uma oportunidade e aproveitar isso. Nas minhas aulas eu aproveito essa multiculturalidade, eu sou professora de design e estou sempre a utilizar elementos e questões de outras culturas para falar de arquitetura, design, linhas de pensamento. Aliás para entender as linhas das estruturas e do design é preciso conhecer e entender a história e o contexto social dos países respetivos. A realidade é que para ser um bom cidadão é preciso compreender as realidades dos países e das pessoas.
Professora Rosaria, enquanto professora o que é que estas iniciativas acrescentam profissionalmente?
Estas iniciativas deixam-me muito entusiasmada e acredito que os alunos precisam mais destas iniciativas do que estarem constantemente na sala de aula, aprendem muito mais através do contacto com outros colegas!
Neste momento estou a preparar a deslocação para França e não sei como vou fazer, porque todos querem vir. A comunidade europeia deveria disponibilizar mais fundos para estas iniciativas e sei que os fundos vêm lentamente, mas acho que a educação deveria vir primeiro na lista de prioridades e, aqui incluem-se a arte e a cultura. Acho até que esta iniciativa deveria ser estendida a outros países que não são europeus… afinal vivemos numa era global e as competências que estamos aqui a trabalhar e a desenvolver são importantes para todos os cidadãos. O SOCHAH permite que os alunos percebam a importância de socializar, de aprender, de partilhar ideias na prática, serem ativos no seu próprio processo de aprendizagem.
Individualmente as vantagens são várias também, aqueles que são tímidos tornam-se mais extrovertidos, mais sociais, mais confiantes consigo próprios.
Professor Javier, o que ganham os professores pessoal e profissionalmente ao participar neste projeto?
Ui, isto é uma mina! Há muito trabalho a ser feito, mas quando todos os coordenadores se organizam, distribuem tarefas, trocam ideias e pontos de vista, todos saímos a ganhar, especialmente o projeto. Os alunos ganham muito com este projeto, no meu caso que sou professor de inglês estar aqui é como ganhar o Gran Premio. É ter a oportunidade de colocar os meus alunos a colocarem na prática tudo aquilo que eu lhes ensino, a gramática, o vocabulário, etc. E ainda se relacionam com outras pessoas, conhecem a cultura de vários países e a experiência de andar de barco ou de avião pela primeira vez, como aconteceu com vários alunos. Cada mobilidade, cada aluno que contacta com outro é uma vitória e é a maior riqueza que se pode alcançar com este projeto.