SOCHAH – Sharing Our Cultural, Historic and Artistic Heritage – este é um projeto ERASMUS + no qual participam 6 países: Portugal, Espanha, Itália, França, Bulgária e Turquia.
Quais são os pilares deste projeto? 2 palavras!
> TRADITION and CULTURE
Porquê?
Ambas desempenham um papel vital na história de um pais, o que se reflete nos seus valores tradicionais e na herança que deixam nas gerações.
“Europe needs more cohesive and inclusive societies that allow citizens to play an active role in our common democratic life, we are aware that Cultural heritage plays a great role in such a process. In an era of globalization, cultural heritage helps us to remember our cultural diversity and its understanding develops mutual respect and renewed dialogue amongst different cultures.” de acordo com a informação disponibilizada no website do projeto.
O primeiro encontro deste projeto foi em 2019, em Portugal, seguiu-se uma pausa em virtude da pandemia e, foi no passado mês de outubro que foi organizado o segundo encontro do grupo, curiosamente também em Portugal, que durou uma semana, na qual o grupo de alunos e professores nacionais e internacionais puderam visitar locais como Almada, Sintra e Lisboa e explorar o nosso património material e imaterial.
A Mais Educativa esteve presente no último dia deste encontro e teve a oportunidade de experienciar o espírito de amizade, dinamismo e muita vontade de conhecer mais e saber mais sobre as culturas e tradições dos seis países envolvidos.
Estivemos também à conversa com alunos provenientes dos seis países e os respetivos professores Javier Rubio García de Espanha e Coordenador do Projeto, Rui Baltazar, Portugal; Nadia Labrousse, França; Rosaria Nocerino, Itália; Vesela Yanchovska, Bulgária; Filiz Sertkaya, Turquia.
Professor Rui, de que problemática partiu este projeto?
Consideramos que hoje em dia a questão do património está muito esquecida, e acreditamos que só podemos ir para o futuro, conhecendo o nosso passado. A primeira vez que abordámos o tema das danças internacionais tivemos o feedback que isto não era cool. Na Escola Emídio Navarro temos vários alunos provenientes dos PALOP e eu sempre transmiti que eles devem ter muito orgulho na língua dos seus avós, o Criolo, esse é um património que eles carregam com eles. Quando vou a França é com muito orgulho que oiço emigrantes de terceira geração a falar português, e paralelamente é com muita tristeza que vejo apelidos portugueses, mas o conhecimento da língua portuguesa perdeu-se. Somos pequenos, mas somos muito ricos.
Professor Javier, quais foram os primeiros passos para iniciar este projeto?
Este projeto nasceu em 2011, em Londres. Quando eu conheci a professora Rosaria e a professora Vesela tentámos, começar um projeto, que não foi possível e mais à frente fizemos um outro projeto, juntamente com outros professores e a professora Rosaria, mas sentimos sempre esta inquietude de fazer um projeto com a professora Vesela que infelizmente não pode participar neste primeiro projeto.
Em 2017 pensámos no SOCHAH, um projeto que partiu da intenção de partilhar a nossa herança histórica, artística e cultural. Para deitar mãos à obra, entramos em contacto com a professora Filiz e um professor espanhol e apresentámo-lo em Espanha, mas não foi aprovado. Entretanto, eu já conhecia o professor Rui e a professora Filiz conhecia o professor francês, Grégory Zazzali e, assim começámos a incorporá-los no projeto, implementámo-lo e voltamos a apresentá-lo e aí foi aprovado. Esta foi a origem do projeto.
Todos queríamos partilhar o melhor que cada um tem, a cultura, a comida, a arquitetura, a nossa forma de falar e expressar-nos – esta foi a ideia de base do projeto. Esta foi uma força de unir e fortificar países tão distintos e com vários quilómetros a separá-los.
No século XXI, atualmente, porque é tão pertinente e importante falar sobre cultura?
A cultura deve estar sempre presente e não podemos esquecer-nos de onde vimos. Hoje em dia tudo é tecnologia, telemóveis, tabletes, computadores, aplicações, câmaras e tudo isto é muito bom e torna mais fácil a comunicação. Mas, por vezes esquecemo-nos que os nossos pais e avós não tinham esta forma de o fazer e também comunicavam e tinham muitas coisas que agora nos parecem estranhas, mas que fazem parte do nosso passado e se nos esquecemos do nosso passado, estamos perdidos.
Este projeto conta com visitas aos países envolvidos, já está definido o local do próximo encontro?
É difícil dizer com certeza devido aos tempos instáveis que vivemos, mas temos planeado ir a França em dezembro, e em 2022 iremos realizar os três últimos encontros previstos em Itália, Turquia e Bulgária. Haverá sempre um concurso ao nível da escola, para saber quais os alunos que terão a oportunidade de ir visitar os países. O único equipamento que eles precisam é do seu smartphone e, devem falar obrigatoriamente em inglês. Deste modo é mais uma forma de melhorarem as suas capacidades linguísticas, enquanto desenvolvem aquela competência tão necessária nos dias de hoje e sempre, a competência social direta, estão a interagir diretamente sem recorrerem a outros meios de comunicação.