O IADE – Faculdade de Design, Tecnologia e Comunicação da Universidade Europeia inquiriu 339 alunos no primeiro período do confinamento, em virtude do estudo realizado no primeiro período de confinamento, de 20 de março a 6 de maio de 2020, e divulgado por ocasião do Dia Nacional do Estudante que se realiza amanhã.
“Estudar em tempo de pandemia” procurou identificar as principais reações e capacidade de adaptação dos alunos, de vários ciclos de estudo, face à inesperada transição do ensino presencial para o “ensino a distância emergencial”, durante o período de confinamento compreendido entre 20 de março e 6 de maio de 2020.
Para tal, foram disponibilizados dois questionários online – entre 21 e 22 de março de 2020 e, entre 29 de abril e 6 de maio de 2020 -, a um total de 339 alunos, entre o 1º ciclo e o ensino superior, de modo a aferir as reações ao processo de adaptação e respostas posteriores de integração e interiorização das suas necessidades face ao estudo, ao desempenho e consequentes preocupações ao redor de todo o processo.
As opiniões dividem-se, mas após várias semanas de ensino à distância, 31% dos alunos afirma preferir o regime de aulas presencial e 66% diz que a importância de regressar à escola reside na necessidade de estar com os seus pares e ter o apoio e a presença dos professores.
Na modalidade de ensino a distância, para a maioria dos alunos inquiridos, o tempo de aulas é dedicado a responder aos exercícios lançados pelos professores (81%) e a assistir a aulas em formato de vídeoconferência (85%). Já nos tempos livres, o recurso às redes sociais e aplicações tecnológicas (73%) serve para comunicar com os amigos, numa tentativa de colmatar a necessidade de estar presencialmente com eles e de ter o apoio dos professores para tirar dúvidas e trocar ideias, reforçando o quanto é importante a vertente humana da experiência letiva.
Segundo o estudo, os estabelecimentos de ensino que mais rapidamente deram resposta à necessidade de implementar um novo formato de aulas foram, na maioria, as instituições de ensino privado, sendo que as universidades responderam mais agilmente quanto à oferta de soluções viáveis de aulas em modo remoto.
Contudo, o acesso aos recursos necessários, como material informático e software adequado (13%), e outros materiais didáticos (15%), é um fator que restringe o acompanhamento das aulas à distância. Mas é a ausência física do professor (63%) cujo papel é o de acompanhar o aluno, tirar dúvidas e trocar ideias, que mais reflete as dificuldades sentidas no acompanhamento das aulas não presenciais.
As reações dos alunos às medidas adotadas para tentar manter uma “quase normal” vida escolar, não revelam unanimidade. E ainda que apenas 5% dos alunos tivesse afirmado que não gosta de ter aulas em casa, 13% afirma estar com dificuldade na adaptação a esta nova realidade. Sendo que uma das grandes dificuldades, referidas tanto por alunos como pelos pais entrevistados, é a gestão de tempo e do volume de trabalho que os alunos necessitam de produzir em casa para cumprir objetivos.
O estudo conclui que 65% dos alunos em ensino a distância cumprem os horários habituais das aulas, com a devida aplicação de faltas em caso de não comparecimento, havendo tempo até para intervalos. Comparativamente, 35% dos alunos inquiridos (maioritariamente alunos do 1º, 2º e 3º ciclo do ensino básico), que não estava a ter aulas síncronas, terá recebido tarefas para desenvolver em casa, como capítulos de livros para ler e estudar as várias matérias, exercícios para responder, fichas de leitura, desenhos e jogos para os mais pequenos, sem acompanhamento dos professores, sendo necessário que os pais ou encarregados de educação assegurassem a função de os supervisionar e orientar. Do total de inquiridos, 18% afirma necessitar da supervisão dos pais ou encarregados de educação no acompanhamento das atividades propostas pelos professores, para ajudar a tirar dúvidas e organizar o tempo.