A seleção portuguesa regressa ao Mundial de andebol após 18 anos de ausência, apresentando-se no Egito, palco da fase final do campeonato de 2021, com maiores ambições do que nas três participações anteriores. Motivada pelo sexto lugar conquistado no Europeu de 2020, a melhor classificação de sempre nesta prova, a equipa liderada pelo selecionador Paulo Pereira não poderá ser incluída no lote de candidatos ao título, contudo tem condições privilegiadas para obter o melhor resultado no Mundial.
Em 2003, num campeonato do mundo que Portugal organizou e que não voltou a disputar desde então, a equipa das ‘quinas’ terminou no 12.º lugar, superando os registos de 1997, no Japão (19.º lugar) e 2001, em França (16.º), um resultado que a atual geração de jogadores parece ter capacidade para suplantar.
O lateral Gilberto Duarte (Montpellier), o grande ausente do Euro2020, devido a lesão, o pivô Luís Frade (vice-campeão europeu pelo FC Barcelona) e o guarda-redes luso-cubano Alfredo Quintana (FC Porto) sobressaem entre uma das mais sólidas representações nacionais, capaz de se bater em pé de igualdade com qualquer opositor.
Em plena pandemia, que impede a presença de público na competição, a seleção nacional estreia-se na quinta-feira, frente à Islândia, defrontando Marrocos, no sábado, e encerrando a participação na ronda preliminar em 18, perante a Argélia.
Marroquinos e islandeses são velhos conhecidos de Portugal, que no Mundial de 2001 se impôs a Marrocos (30-26), mas saiu derrotado frente aos europeus (22-19), voltando a ser desfeiteado pelos nórdicos dois anos mais tarde, em Viseu, no campeonato do mundo de 2003, por 29-28. Mais recentemente, no Europeu de 2020, voltou a cruzar-se com a Islândia e o desfecho repetiu-se, mas a derrota por 28-25 não impediu o brilharete da equipa treinada por Paulo Pereira, que bateu na prova continental a França, recordista de títulos mundiais, com seis, e a anfitriã Suécia, tetracampeã do mundo.
Portugal parece capaz de carimbar o apuramento para ronda principal, destinada aos três primeiros de cada grupo – o quarto colocado disputa a cauda da classificação na designada Taça Presidente, fase em que deverá encontrar oposição mais forte na corrida aos quartos de final.
As equipas europeias, dominadoras incontestadas da modalidade, deverão monopolizar os primeiros lugares, com destaque para Dinamarca, detentora do troféu e campeã olímpica, Espanha, campeã europeia, Alemanha, Croácia, Noruega, França e Suécia. Angola e a estreante seleção de Cabo Verde reforçam a presença da lusófona no Mundial de 2021, que será o primeiro alargado de 24 para 32 seleções e contará com uma dupla portuguesa de árbitros, composta por Duarte Santos e Ricardo Fonseca.