Depois da fotografia que se tornou viral — aluna com casaco vestido, gorro na cabeça e uma manta a cobrir-lhe o corpo desde o peito até aos pés, os alunos da escola de Serpa decidem tomar outras medidas.
A fotografia que foi tirada e partilhada nas redes sociais pelo professor Vítor Brasão, veio chamar a atenção para as condições vivenciadas em algumas escolas, nomeadamente nesta escola alentejana que aguarda obras desde 2011, uma vez que tem infiltrações e falta de isolamento térmico e não é caso único. O frio nas escolas é recorrente, mas este ano devido à Covid-19, é necessário arejar as salas, o que agrava a situação.
Francisco Oliveira, diretor do Agrupamento de Escolas N.º 2 de Serpa, relatou à agência Lusa, “que há anos que faltam obras e também um acordo entre o Ministério da Educação e a câmara.”
Os protestos contra o frio uniram cerca de 200 alunos, representados pela associação de estudantes e alguns professores para fazer valer o seu propósito. Com uma temperatura a rondar os zero graus, protestaram contra o frio que se faz sentir nas salas de aulas devido há falta de condições do estabelecimento de ensino. Durou cerca de uma hora, tendo culminado na câmara municipal da cidade.
Segundo a agência Lusa: “Sala gelada, cabeça parada” ou “Para estarmos ao frio, estamos na rua— alguns dos cartazes exibidos pelos jovens, de turmas desde o 7.º ao 12.º anos, enquanto gritavam “Estudantes unidos, jamais serão vencidos”.
Devido à pandemia de Covid-19, o problema do frio piorou porque as janelas e portas têm de estar abertas, como referiram vários estudantes à mesma agência.
Carlos Alves, o vice-presidente do município, pronunciou-se, mostrando-se solidário para com os estudantes e garantindo que o município irá avançar com o projeto da obra enviado pelo Governo e que este terá de ser adaptado a esta escola e candidatado a fundos comunitários.