Com o objetivo de melhorar a qualidade de vida e a aprendizagem de crianças e jovens em situação de vulnerabilidade social surge o projeto “Artis Naturae”. Um projeto de inovação social, promovido pelos Amigos da Montanha, que pretende ser uma escola viva da natureza, sem paredes, onde os espaços natural e urbano vão contribuir para o desenvolvimento holístico da criança e para o sucesso escolar.
Para Rosália Louçano, vice-presidente dos Amigos da Montanha para a Solidariedade, “este projeto será um enorme contributo para o melhor desempenho socioemocional e escolar das crianças e jovens com grande vulnerabilidade social, apesar do grande trabalho realizado pelas instituições que os acolhem”. Realçando, “enquanto membros da comissão alargada da CPCJ (Comissão nacional de promoção dos direitos e proteção das crianças e jovens) de Barcelos, apercebemo-nos que podíamos melhorar o aproveitamento escolar de crianças institucionalizadas (que apresentam grandes dificuldades em especial na matemática e ciências), aplicando as metodologias de educação ambiental, realizadas em espaço natural, já testadas nas Férias no EARTH (Espaço Ambiente, Rio, Terra e Homem) dos Amigos da Montanha, desde 2018”.
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Educação Ambiental: Capacitar as Instituições com foco no futuro
O programa divide-se em três fases que se complementam – aulas Naturae, club Natura e formação aos técnicos de educação – e que serão ferramenta para estimular a curiosidade e o gosto pelas ciências e pelo meio ambiente, desenvolvendo competências, em grupo e individualmente, de forma a melhor perspetivar o futuro destas crianças como cidadãs.
Nas “aulas naturae”, a praia, a floresta e o parque da cidade transformam-se numasala de aula. De lupa e binóculos na mão, os participantes vão ter a oportunidade de descobrir os segredos da natureza e da ciência. Com cada estação vem uma nova aula.
No “club naturae” serão promovidas aventuras científicas e ambientais dinamizadas pela instituição. Nestas atividades, as crianças vão descobrir o funcionamento do vulcão, como é que as plantas se alimentam e até procurar a biodiversidade que existe dentro de casa.
Mas como dotar as instituições de ferramentas e conhecimentos é fundamental para a continuidade do projeto, será dada formação aos técnicos das casas de acolhimento, capacitando-os para darem continuidade ao trabalho realizado nas “Aula Naturae” e para conseguirem dinamizar o “Clue Naturae”.
Sendo um projeto piloto, o trabalho será, numa primeira fase, desenvolvido nas casas de acolhimento de Barcelos – Casa de Acolhimento Paula Azevedo, APAC (Associação de Pais e Amigos de Crianças) e Casa do Menino Deus. Mas o seu potencial de replicação faz com que seja objetivo alargá-lo a outros concelhos dando um contributo essencial nesta resposta social. “Ao habilitarmos os técnicos das instituições nesta vertente daeducação ambiental, que visa a capacitação integral da criança e jovem, garantimos a continuidade do projeto e o método de implementação permite a sua replicação noutros territórios e públicos-alvo” conclui Rosália Louçano.
Pela excelente resposta social que representa esta escola viva da natureza foi reconhecida pelo BPI e pela Fundação “la Caixa”, sendo um dos vencedores do Prémio BPI “La Caixa” Infância.