Abriu em setembro de 2018, na Guiné- Bissau, o Instituto das Profissões e Tecnologias. A oferta formativa contemplava 13 cursos, todos eles com a melhoria dos conhecimentos e o domínio da língua portuguesa em mente.
Martilene dos Santos, administrador delegado desta nova instituição de ensino, fala-nos dos resultados desta ambiciosa aposta.
O IPT JÁ FUNCIONA DESDE SETEMBRO! ESTES ÚLTIMOS MESES TÊM FUNCIONADO DE ACORDO COM AS EXPECTATIVAS INICIAIS?
Sim. Somos uma escola recente na Guiné-Bissau e lançámos cursos bastante inovadores, não tradicionais – como Técnico de Inspetores de Pesca Industrial e Artesanal, Técnico de Controlo de Qualidade Alimentar, Técnico de Sistemas de Saneamento e Tratamento de Água, Técnico Auxiliar de Saúde… Estamos bastante satisfeitos com estes 6 meses. Parece que já passaram muitos anos, porque estamos a marcar a nossa presença forte no mercado da Guiné-Bissau e conseguimos arrancar com 6 cursos. Além dos cursos, já começamos a fazer formação para empresas. A MTN (maior empresa de telecomunicações no continente africano) já tem colaboração connosco. Recrutam alunos nossos para irem trabalhar lá – e nós conseguimos chegar-nos à frente e dar aos estudantes um curso de eletricidade e comunicações, formação essa que é nova também. Queremos alunos que são formados localmente mas que são alunos mas que são alunos globais. Procuramos, todos os dias, fortificar essa componente.
APESAR DE JÁ TEREM UMA OFERTA FORMATIVA VASTA, VÃO ALARGÁ-LA. ISTO ACONTECE PORQUÊ? POR UMA NECESSIDADE DO MERCADO OU POR UMA PROCURA POR PARTE DOS ALUNOS?
A procura surge de ambos os lados. O mercado pede uma escola de qualidade e os alunos também precisam de uma boa formação, então há essa combinação. Procurámos, desde o início, fazer um diagnóstico do setor. Quando
o fazemos apuramos fatores desde a qualidade da oferta, as necessidades de procura – e a nossa capacidade porque fixamos um nível sempre elevado (quer para os nossos formandos como para os alunos).
Procuramos ter capacidade, a nível interno e dos nossos docentes, de dar uma formação desejada pelos nossos alunos. Não lançamos cursos só para corresponder à procura do mercado, procuramos ter o perfeito casamento entre essas duas situações.
ALÉM DE ALUNOS FORMADOS NA VOSSA ESCOLA, AS EMPRESAS TAMBÉM PROCURAM – JUNTO A VÓS – ENRIQUECER A FORMAÇÃO DOS SEUS PRÓPRIOS TRABALHADORES. COMO SURGE ESTE INTERESSE?
As empresas precisam de formar os seus quadros e nós também somos uma entidade que procura, na sua essência, combater o trabalho não qualificado. Queremos elevar os indicadores da Guiné Bissau, mas isso só se consegue com capacitação forte da mão-de-obra, com a formação dos recursos humanos que a empresa já tem. Na estrutura do IPT, temos várias salas onde damos estas formações. Temos cursos de duas semanas, um mês, dois meses – desenhamos a formação em função da necessidade da empresa.
O IPT PODE TRAZER UMA MUDANÇA AO PANORAMA ECONÓMICO E SOCIAL DO PAÍS?
O nosso compromisso é esse mesmo. Estamos a conseguir bons resultados, mas a meta ainda está longe. Não obstante as pessoas pensarem que já estamos muito bem, ainda não estamos satisfeitos, queremos muito mais.
O desafio a que nos propomos é exigente e temos que trabalhar: não nos acomodarmos com esses sinais.
Vamos lançar já, no próximo ano, o ISG da Guiné-Bissau – que será uma Business School. Como o IPT está a ser uma referência, uma escola modelo, esta escola também o vai ser. Vamos apontar para isso. Temos tido, ao longo destes meses, uma grande distinção – e ainda agora começámos!
O ISG vai surgir na sequência da dinâmica do grupo e da necessidade da Guiné-Bissau, que não tem nenhuma business school. Para ter crescimento efetivo precisamos de quantificar aquilo que estamos a fazer e capacitar as pessoas.
PARA QUANDO ESTÁ MARCADO O INÍCIO DESSE NOVO PROJETO?
Para o próximo ano. Existe muita procura. Neste momento, estamos a organizar a nossa casa para proporcionamos melhores condições. No edifício do IPT, temos um espaço que pode acomodar o ISG. Vamos passar a ter duas escolas e facultar tanto o estudo de gestão