O dia de ontem, 10 de abril, tornou-se um dia histórico ao ser revelada a primeira fotografia existente de um buraco negro.
A fotografia foi apresentada ao mundo inteiro às 14h07 de Portugal continental e corresponde à imagem idealizada do aspeto real de um buraco negro, por cientistas e astrónomos, durante séculos.
“É notável que a imagem que observamos seja tão semelhante àquela que obtemos de nossos cálculos teóricos. Parece que Einstein estava correto, mais uma vez”, conta Dr. Ziri Younsi, da University College de Londres.
O buraco negro da fotografia encontra-se na galáxia Messier 87, a 500 milhões de trilhões de quilómetros da Terra. É visível na constelação de Virgem e tem 40 mil milhões de quilómetros de diâmetro – o que equivale a três milhões de vezes o tamanho da Terra. A sua massa corresponde a seis mil milhões de sóis.
“Tem uma massa de 6,5 mil milhões de vezes a massa do Sol. E é um dos buracos negros mais pesados que pensamos que existe. É um monstro absoluto, o campeão dos pesos-pesados de buracos negros no Universo”, explica o professor e astrónomo, Heino Falcke.
Segundo a BBC News, o professor Heino Falcke, da Universidade Radboud, na Holanda, foi quem impulsionou a experiência de tentar capturar esta imagem. Falcke explica que a dimensão da imagem tirada do buraco negro é maior do que o tamanho de todo o nosso Sistema Solar. A imagem mostra um “anel de fogo” intensamente brilhante, que contorna um buraco escuro perfeitamente circular.
Este “anel de fogo” é, na verdade, um anel de gás superaquecido, a cair no buraco negro – a ser sugado por ele. O gás superaquecido possui uma luz mais brilhante que mil milhões de outras estrelas da galáxia combinadas. O anel pode ser visto a uma certa distância da Terra.
O buraco foi fotografado por uma rede de oito telescópios em todo o mundo.
Vê a publicação da Comissão Europeia, no Twitter, da fotografia do Buraco Negro aqui.
[Foto: EHT Collaboration et al 2019 ]