Adolescência: por onde começar… Que tal por um espetáculo?
Ser adolescente tem diferentes significados e implicações. É deixar de ser criança e ainda não ser adulto, querer independência mas precisar ainda de muita ajuda (mesmo quando o orgulho fala mais alto!). Com tantos altos e baixos, parece mesmo uma Montanha-Russa!
É este o mote do inovador espetáculo da dupla Miguel Fragata e Inês Barahona. Os atores fizeram o trabalho de casa: antes de preparar a história, levaram a cabo um intenso e longo trabalho de pesquisa: quiseram descobrir profundamente quais os maiores medos, as preocupações mais presentes e as grandes características que marcam esta geração. Para tal, leram diários de vários adolescentes de diferentes gerações e entrevistaram muitos que passam, hoje, por essa fase.
Toda a investigação resultou no espetáculo musical Montanha-Russa – que fica ainda mais interessante quando juntamos a música ao vivo e em palco, da responsabilidade de dois elementos dos Clã, Manuela Azevedo e Hélder Gonçalves.
Segundo Inês Barahona, foi constatado algo interessante durante o trabalho de pesquisa – que se reproduz, agora, em palco. “Percebemos que, por mais que as gerações sejam totalmente diferentes em termos de referências, ídolos, hábitos, as preocupações acabam por ser, no seu cerne, exatamente as mesmas! Os sentimentos, as inseguranças, os problemas, são iguais nos adolescentes de hoje e nos do final do século passado”.
O elenco deixa uma promessa: este espetáculo abandona muitos lugares-comuns e tenta abordar uma dimensão mais íntima e menos falada da adolescência.Uma dimensão secreta, privada, interior, mas que vive no constante desejo de ganhar um palco onde se possa exibir.
Segundo a sinopse, “Montanha-Russa é o diário deixado em cima da mesa, o diário destilado nas redes sociais, ou o diário perigosamente transportado para o liceu: uma intimidade a gritar “leiam-me!, uma geração a querer fazer-se ouvir, ao som da música”.
Esta Montanha-Russa ocupa os palcos do Teatro Nacional Dona Maria, em Lisboa, de 23 a 27 de janeiro. Uma sugestão certamente inesquecível para assistires com a tua família ou com os teus amigos.
[Foto: Filipe Ferreira]