7 está fresquinho, fresquinho: é o novo álbum de David Carreira, que acabou de sair! Este novo projeto tem um conceito diferente: o cantor organizou-o de forma a mostrar que há sempre algo de bom a tirar dos momentos maus… E que, da mesma forma, e até a histórias que parecem perfeitas têm momentos mais complicados.
Porquê 7?
É o meu sétimo album. Além disso, é um número de que gosto muito.
Este álbum é o resultado final do trabalho de um ano!
Esforcei-me muito por trabalhar bem nele, por arranjar e desenvolver um conceito específico. Inclui 10 músicas, que se dividem em 5 histórias. Todas elas com um lado feliz e um lado triste. A primeira música do lado feliz está ligada à primeira do lado triste, a segunda a mesma coisa e assim sucessivamente, com todas. Podem estar ligadas através das letras ou dos videoclipes, mas têm sempre alguma ligação. Às vezes as ligações contam duas partes da mesma história: um casal num momento mais feliz, no início da relação, e depois num momento mais complicado. Por exemplo, o Eu cuido de você. Esse videoclipe é filmado a 360º, de dia, com um cenário bonito. Na música que lhe equivale no lado mais triste, o cenário é o mesmo mas mais dark… Temos sempre esses dois lados da moeda.
Desde início que quiseste que o álbum tivesse um lado feliz e um triste ou essa ideia foi surgindo naturalente, consoante fazias as músicas?
A maior parte das músicas tristes, escrevi-as para aí há um ano atrás. Foram essas que surgiram primeiro. Quando fiz as mais felizes reparei que, a nível de escrita, algumas delas eram quase histórias… Foi aí que reparei na conexão entre as canções e surgiu a ideia. Sou um bocado perfeccionista com estes detalhes.
Tens muitas colaborações! Como as escolheste?
Grande parte das colaborações surgiram instintivamente. No caso de O Problema é que ela é linda, eu estava no escritório. Era meio dia, estava embrenhado na minha vida e com o micro ligado a experimentar melodias. Começaram a sair melodias de forma espontânea e nem eram letras completas, eram só palavras soltas. Exatamente quando já tinha grande parte da música feita, recebi uma mensagem do Télio a dizer “Tenho aqui um instrumental que podes achar fixe!”. Nós já andávamos para trabalhar juntos há imenso tempo, mas nunca tinha surgido aquela oportunidade certa. Parece que nunca saía como queríamos. Nesse dia, mandei-lhe o que tinha feito pelo Whatsapp. Ele gostou tanto que disse logo “Vou já aí”. E foi. A partir daí foi rápido: cada um fez as suas partes, tratou-se do instrumental, colámos as nossas vozes, fez-se o arranjo e as melodias.
E este dueto com a Kell Smith no Eu cuido de você?
O dueto com a Kell Smith foi muito curioso. Tinha feito a música com o Nuno Ribeiro. Quando fizemos o som, eu disse logo “Era fixe termos aqui uma voz feminina como a Kell”. Peguei no telemóvel e mandei-lhe mensagem pelo Instagram “Olá, tudo bem? Sou teu fã, adoro a tua voz, gostava de trabalhar contigo!”. Ela respondeu, organizamos tudo, gravamos a música e ela gostou tanto que pediu também para entrar no álbum dela. Foi tudo muito rápido. Há muitos duetos no álbum e a maior parte dele aconteceu assim.
O que te deixa mais nervoso, atuar para grandes públicos ou dar concertos mais intimistas?
FIco mais nervoso quanto menos gente estiver presente. Se for um público muito numeroso, nem consigo quase ver as pessoas. Por isso é mais fácil. Quando estou em showcases de 50, 100, 200 pessoas… Aí sim, tens toda a gente muito mais próxima de ti. É mais stressante. Mas eu gosto muito, porque é nesses momentos mais intimistas que consigo ter uma ligação mais direta e falar com as pessoas.
Sobretudo quando inicias um novo projeto, com novas músicas, há sempre aquele nervosismo. Tens de criar um alinhamento com 15 músicas, por exemplo. Achas que o pessoal vai cantar muito nesta ou naquela música, mas depois acaba por nem ser bem isso que acontece. É um work in progress para que tudo fique bem estruturado e alinhado.
No que respeita a música nacional, existe alguém em especial te inspire?
Já fiz duetos com vários artistas nacionais. E se o faço é porque sou fã daquilo que fazem. Gosto muito do Plutónio. E tamdém do Télio – tanto a nível de produção como em beats de outras pessoas. Num outro registo, sou fã de Ana Moura e Carminho. Nunca trabalhei com elas, mas adoro o que fazem. E a ligação do fado com a pop fica muito fixe quando resulta bem.
Já no panorama internacional…Se pudesses escolher quem quisesses, com quem gostavas de um dia partilhar o palco?
Sou fã de música, por isso é uma resposta difícil… Ouço muitos géneros diferentes. Talvez escolhesse Timberlake, Drake ou Bad Bunny.
Como foi conciliar os concertos e a preparação do novo álbum?
Este ano foi fixe! Consegui conciliar tudo. Tive um ano mais calmo em termos de concertos. Mas agora é que tudo vai começar: a tour 7, deste álbum, inicia já a partir da passagem de ano. O primeiro show é em Felgueiras.
E acerca dessa tour 7, há algo que nos possas contar?
Não posso contar muito! Mas digo já que vou pôr cada vez mais dança nos espetáculos. Nas tours passadas deixei um pouco de dançar, tornei-me um bocadinho preguiçoso Este ano prometi que ia dançar mais. Vou introduzir os novos sons dentro do concerto, claro. Muitos desenhos de luz a mudar, vídeos a passar… Está tudo a ser preparado para serem espetáculos brutais. É uma tour muito importante para mim e estamos a fazer um trabalho específico para ser tudo em grande.
Como é a tua relação com os fãs?
Tenho muita proximidade com eles! Mas havia sempre uma questão: se eu puser uma fotografia ou um vídeo no Instagram, não sei quem viu. Sei o número de pessoas, mas não o nome de cada um. Então lembrei-me de criar, para este álbum, uma cena diferente: na contracapa pus um número de telefone para o qual as pessoas podem ligar através do Whatsapp. E respondo a toda a gente.
Já me ligaram 10 mil pessoas e é muito fixe. O pessoal consegue falar diretamente comigo, é mais personalizado. Tenho muitas mensagens para responder e é preciso tirar algum tempo para o fazer, mas os fãs gostam e é uma forma de ter uma ligação mais direta com eles.
Neste momento, o que está na tua playlist?
O novo álbum de David Carreira (risos). Ouço muito Bad Bunny, J Balvin, Drake… Tenho ouvido Sabrina Claudio, uma cantora que tem um estilo muito fixe e tranquilo. Vai variando consoante o que sai, estou sempre atento. Adorei a música do filme da Lady Gaga!
Para o futuro, tens planos traçados?
Os meus planos passam por dedicar-me ao novo álbum, às sessões de autógrafos e aos lançamentos dos videoclipes que aí vêm. Não quero lançar todos os videoclipes de uma vez… Mas todas as músicas do álbum vão ter direito a um!
[Fotos: cedidas pelo entrevistado]