Num videojogo que se chama Dragon Ball e que é dedicado ao universo Dragon Ball, a primeira coisa a perguntar é se és fã de Dragon Ball. Se sim, basta-nos referir que este é um dos melhores jogos alguma vez feitos sobre este anime; se não, podemos dizer-te que mesmo que não tenhas o mínimo interesse na saga, e que até nem costumes ligar a jogos de luta, há boas hipóteses de ficares viciado na ação explosiva de Dragon Ball FighterZ.
Acessível e complexo ao mesmo tempo
Fazer um jogo de luta de Dragon Ball oferece vários desafios. Por um lado, há personagens da série que são muito mais poderosas do que outras, e fazer com que haja competitividade entre todas elas não é fácil; por outro lado, grande parte delas transformam-se para ganhar mais poder, e muitas delas têm ataques capazes de destruir tudo o que está à sua volta. Como é que se encaixa tudo isto? A verdade é que a Arc System Works, estúdio responsável pelo desenvolvimento do jogo, encontrou uma fórmula que resulta.
Os vários lutadores – são 24 no total – estão bastante bem nivelados entre si e os ataques especiais foram encaixados com sucesso no ritmo dos combates, num jogo que replica muito bem a intensidade e a rapidez das batalhas da saga. Tal como em Marvel vs Capcom, cada luta é protagonizada por duas equipas de três elementos, um de cada vez, sendo possível alternar entre eles ao longo do combate.
Parece-te complexo? Tinha tudo para ser, mas os developers conseguiram criar um videojogo de luta que é bastante simples de começar a jogar. Há quatro botões de ataque – ataque leve, ataque médio, ataque forte, e ataque especial. Queres ser capaz de fazer um combo? Basta-te pressionar um botão para ativar o sistema de auto-combos. Queres experimentar os ataques especiais do teu personagem? Qualquer que ele seja, só precisas de fazer no joystick movimentos como baixo-frente ou baixo-trás, seguido de um outro botão.
Apesar de ser relativamente fácil pores o teu lutador a fazer os seus melhores truques, há outras mecânicas em Dragon Ball FighterZ que são mais difíceis de dominar, como é o caso do Z-Reflect, das Guard Cancels e de combos maiores que causam mais estragos.
Significa isto que este jogo é capaz de agradar tanto a quem quiser pegar no comando ocasionalmente para dar cabo dos amigos com ataques especiais que destroem o cenário, como aos jogadores mais dedicados que valorizam a complexidade e os timings de um bom beat’em up.
Parece mesmo que estamos a ver Dragon Ball!
Se alguma vez viste um episódio de Dragon Ball, vais reconhecer imediatamente o aspeto gráfico de FighterZ. A tecnologia cel-shading foi implementada de forma brilhante, dando ao jogo um look 2D que durante o combate se funde com fantásticas animações 3D. Todas as personagens surgem recriadas sem mácula e fiéis ao seu estilo de combate, e cada ataque parece uma cópia fiel do original. Para que isso fosse uma realidade, a Arc System Works criou animações específicas para cada um dos 24 lutadores presentes no jogo.
De resto, os movimentos rápidos, o teletransporte para as costas do adversário, o recarregamento de energia e os ataques clássicos de Dragon Ball como o Kamehameha de Son Goku ou a Mordedura do Sol de Satã, entre muitos outros, provocam em qualquer fã da série um arrepio na pele e uma sensação instantânea de satisfação.
Melhor modo de jogo: Online
Um modo História, outro Arcade, outro de Treino, e ainda o modo Online. Dragon Ball FighterZ segue aquilo que é possível encontrar noutros títulos do género, sendo que acaba por ser o modo Online aquele que poderá proporcionar maior longevidade no médio prazo.
No Treino encontras tutorials detalhados para todas as mecânicas de jogo e desafios de combos, enquanto que Arcade está dividido em vários percursos que estão sempre dependentes da tua prestação na batalha anterior e do ranking que alcançaste. Um dos grandes aliciantes de jogar este modo está nas recompensas finais – o desbloqueio das versões Super Saiyan Blue de Son Goku e Vegeta.
Já o modo História é longo, com três arcos e perspetivas diferentes dos acontecimentos, mas peca por ser repetitivo. Cada arco está dividido em capítulos, e em cada um deles há um boss e várias casas com inimigos que são clones dos lutadores do universo Dragon Ball, num loop com muito pouca diversidade. Entre capítulos há pequenas cinemáticas de interação entre os nossos heróis, que oscilam entre o aborrecido e o bastante divertido.
O grande aliciante para levar o modo História até ao fim é, mais uma vez, o acesso a um novo personagem. Desta vez, a Android 21.
Finalmente, o modo Online. Podes escolher entre batalhas que contam para o ranking, e batalhas casuais. É este o modo onde mais te vais poder divertir, porque nada bate a adrenalina e a competitividade de testares o teu skill contra players de todo o mundo. Só é pena que seja demasiado complicado conseguirmos jogar online contra um amigo, sendo necessários uma série de passos em vez de um simples convite.
Dragon Ball FighterZ
Developer: Arc System Works
Plataformas: PS4, Xbox One e PC
Preço: 69,99 euros
[Texto: Tiago Belim]
[Fotos: Bandai Namco]