A Rita Pedro formou-se em Farmácia mas foge ao estereótipo da profissão que poderá estar a passar-te pela cabeça. É investigadora e responsável pela produção, qualidade e embalamento de produtos – algo que nunca sonhou fazer quando acabou a licenciatura – e considera o mercado de trabalho vai ser para ti o que é para ela: Uma fonte incrível de ensinamentos e experiências.
Nome: Rita Pedro
Empresa: Wedotech, Companhia de Ideias e de Tecnologias
Atividade: Investigadora
Formação: Licenciatura em Farmácia na Escola Superior de Saúde do Porto (ESS IPP); Mestrado em Controlo de Qualidade na Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto (FFUP)
Que atividade(s) profissional(is) desempenha atualmente?
Atualmente, trabalho numa empresa de IDI – Investigação, Desenvolvimento e Inovação, onde o principal desafio é o desenvolvimento de tecnologias, produtos e serviços que sejam distintivos no mercado, visando sempre a sustentabilidade máxima dos mesmos.
Estou ainda integrada na equipa responsável por uma linha de cosméticos naturais, na qual sou responsável por todo o processo produtivo, controlo de qualidade e embalamento dos produtos.
Quando terminou a sua formação superior, imaginava ser o profissional que é hoje? Porquê?
Confesso que não. Considero que quando terminamos a licenciatura somos ainda muito novos e “verdes” para perceber o que podemos esperar do mercado de trabalho. Já tive algumas experiências profissionais, todas muito diferentes entre si, e todas me acrescentaram muito enquanto profissional.
Enquanto Técnica de Farmácia, inicialmente nunca diria que estaria a desempenhar funções como as que desempenho atualmente. No entanto, a constante procura por novos desafios e a continuidade dos estudos – encontro-me, atualmente, em fase de conclusão do Mestrado em Controlo da Qualidade, na FFUP – permitiram-me alcançar o desafio profissional atual.
De acordo com a sua experiência, o que é que é mais importante aproveitar/reter numa licenciatura, tendo em conta o profissional que se quer ser no futuro?
Método! Durante a licenciatura adquirimos os conhecimentos base da nossa área mas, acima de tudo, devemos reter todo o tipo de ferramentas e métodos de trabalho. Considero que são absolutamente fundamentais para que, no futuro, seja mais fácil lidar com os problemas e desafios que possam vir a surgir.
“No mundo profissional, os jovens irão encontrar muito mais do que algum dia sonharam: Mais desafios, mais lutas, mas também mais conquistas e mais realização.”
E o que é que é mais importante na transição da universidade para o mercado de trabalho?
Não há uma fórmula secreta e 100% eficaz para que a transição da universidade para o mercado de trabalho seja um absoluto sucesso. As valências e conhecimentos adquiridos durante o curso têm obviamente um papel determinante, pois serão o nosso ponto de partida. No entanto, acho que as competências, os valores e a capacidade de adaptação são o “verdadeiro segredo”. Devemos manter-nos fiéis ao que consideramos ser o mais correto e que ao nos fará sentir mais realizados, profissional e pessoalmente.
Que papel atribui à sua formação superior para hoje ser um bom profissional? De que forma é que o preparou?
A formação superior na ESS IPP foi fundamental por me ter dado os conhecimentos teóricos e práticos da profissão. Ser Técnica de Farmácia envolve muito mais do que inicialmente se imagina. Naturalmente, permitiu-me também adquirir muitas outras competências que considero fundamentais, como o rigor extremo em tudo o que faço e a capacidade de trabalho, num equilíbrio enorme entre o saber-fazer e o saber-ser.
E o que é que não se aprende no curso que o trabalho e a vida acabam por ensinar? O que vão os jovens encontrar no mundo profissional?
Sendo o mais sincera possível: Gestão de pessoas e gestão de conflitos! Por muitos conhecimentos teóricos e práticos que tenhamos adquirido, por muitas competências e métodos que tenhamos desenvolvido, só o dia a dia no mundo do trabalho nos ensina que a gestão de pessoas é o maior desafio. Acredito mesmo que um bom ambiente no local de trabalho é meio caminho andado para o sucesso!
No mundo profissional, os jovens irão encontrar muito mais do que algum dia sonharam: Mais desafios, mais lutas, mas também mais conquistas e mais realização.
Que conselhos pode dar aos jovens que estejam indecisos na escolha desta área de formação?
Comecem por pensar quais as áreas que mais vos despertam interesse, e aquelas em que têm melhores resultados. Depois, procurem cursos onde predominem essas mesmas áreas de formação e arrisquem! A verdade é que nunca saberão a 100% se é mesmo “aquilo”, mas é normal que assim seja. O sucesso profissional está no percurso que escolhemos seguir sim, mas acima de tudo nos caminhos que escolhemos perante os desafios que vão surgindo. Acho que devemos saber ser um pouco aventureiros, correr riscos e lutar por aquilo que achamos que nos vai trazer maior realização pessoal e profissional.
[Foto: cedida pela entrevistada]
Esta entrevista é parte integrante do Guia de Acesso ao Ensino Superior 2017/18 da Mais Educativa, disponível para consulta aqui.