Andas com vontade de criar um canal de YouTube só teu? Ou até já tens um mas precisas de uma “mãozinha”? O Feromonas, o Tiagovski, o RicFazeres e a Sofia BBeauty contam-te os segredos para o sucesso!
“O segredo é fazer conteúdo por gosto”
Como começou?
Tudo começou há uns seis ou sete anos atrás, na fase de transição entre o Secundário e a Universidade. Sempre fui um enormíssimo fã de videojogos, e por querer divertir-me e divertir os outros, comecei a fazer conteúdo com alguns amigos.
Percebi que queria fazer disto vida quando notei um interesse real das pessoas que me seguiam – não só no conteúdo que fazia mas também na minha personalidade. Claro que isto não aconteceu de um dia para o outro, e demorei pelo menos ano, ano e meio, até atingir o patamar que pretendia.
O que é preciso para se ter sucesso?
Fazer conteúdo por gosto. Na minha opinião, para ser algo pessoal, o conteúdo no YouTube deve ser feito totalmente pelo youtuber, desde à criação do conteúdo à edição do vídeo, aos thumbnails e até mesmo à forma de divulgação. Acho que essa dedicação ao longo de vários anos transparece e mostra quem realmente faz por gosto.
Para um youtuber, conta não só aquilo que coloca no canal, mas também a sua imagem, pois é ela que faz o público voltar diariamente ao canal.
É possível viver desta atividade?
Sim, é possível viver disto, desde que se trabalhe para lá chegar. Nem todos conseguem ter um canal sustentável. Sem entrar em muitos detalhes, a monetização do canal é feita através das visualizações obtidas nos vídeos.
Na minha opinião, uma das coisas essenciais é fazer conteúdo por gosto, e se possível conciliar isso com conteúdo que as outras pessoas gostem.
“Dedicação, gosto e responsabilidade”
O início
Eu era um rapaz normal. Estudava, tinha algumas dificuldades em casa, e com sorte, dedicação e amor consegui ter algum sucesso com o meu projeto, e ter um público espetacular!
Comecei a levá-lo mais a sério a partir do momento em que me senti capaz de me sustentar com ele. A partir daí, fui ganhando motivação a criar conteúdos melhores e mais diversificados.
O caminho para o sucesso
É algo muito relativo, e que depende do canal em si. No meu caso, dedico todo o dia a isso, programo os meus vídeos e gravo com antecedência para nunca falhar. Na minha opinião, o segredo do sucesso é a dedicação, o gosto e a responsabilidade por aquilo que fazemos. Temos de ter cuidado em tudo o que gravamos, dizemos e fazemos perante o nosso público, que na maior parte das vezes são menores de idade, e que nos veem como um exemplo.
De resto, gosto de ser transparente e passar para o canal exatamente aquilo que eu sou, e até de festejar momentos marcantes da minha vida com os meus fãs. É importante que eles, antes de gostarem dos meus vídeos, gostem de mim!
Ganhar dinheiro no YouTube
O que conta no YouTube é apenas a publicidade que passa nos vídeos, e é por aí que ganhamos dinheiro. É possível viver disto, embora em Portugal poucos consigam! Além disso, temos de ter em conta que o sucesso não dura para sempre, e pensar no futuro porque ser youtuber ainda é considerado um hobby, e não uma profissão.
Pensem bem, porque não é fácil, nem o sucesso chega do dia para a noite. Se chegaram com o ideia de ficarem ricos, mais vale esquecerem…
“Acredita no que estás a criar!”
A chegada ao YouTube
Toda a minha vida estive ligado aos videojogos, e o YouTube surge desse gosto. A partir do momento em que o número de subscritores começou a aumentar, houve um interesse maior em saber mais sobre o RicFazeres e o seu conteúdo, e com isso a bola de neve foi aumentando, até chegar ao que o canal é hoje.
Acima de tudo, temos de nos avaliar a nós mesmos, saber se realmente temos jeito para coisa, e não apenas criar um canal de YouTube porque sim ou porque é moda. O principal segredo foi e sempre será “ACREDITAR” no que estamos a criar, dar-lhe um sentido e um rumo, e a partir daí é gravar muito. A assiduidade também é muito importante, para criares habituação no teu público.
Como ter sucesso
A partir do momento em que se usa uma webcam e se mostra a cara nos vídeos, o público acaba por se identificar connosco. E nós youtubers temos um papel muito importante para um crescimento mentalmente saudável de quem nos acompanha. Daí a importância que se deve dar aquilo que transmitimos como pessoa nos nossos vídeos.
E o dinheiro?
Aqui está a pergunta do milhão de dólares! Sim, é possível viver só e apenas do YouTube. Mas não é uma ciência exata, e o que ganhamos baseia-se apenas em percentagens… Nada nos garante que vamos ganhar muito com o canal, nem durante quanto tempo isso vai acontecer. Daí que eu continue a encarar o YouTube como um hobby, apesar de já se ter tornado um caso sério.
Quanto ao segredo, é apenas um… ACREDITAR!
“Arrisca e faz aquilo de que realmente gostas!”
As dicas para o teu canal
Tinha 12 anos quando comecei o canal e, para ser sincera, nem tinha muito bem a noção do que era realmente o YouTube! À medida que o tempo foi passando, fui ganhando cada vez mais gosto pelo YouTube, e percebi que o meu sonho é fazer isto para a vida!
As dicas que posso dar são: ter regularidade e frequência nas publicações, e a melhor qualidade possível. Claro que não é preciso começar em grande, mas sem dúvida que uma boa qualidade de vídeo e de som atrai mais rapidamente as pessoas! De resto, o mais importante é ser genuíno nos vídeos e falar dos temas de que mais gostamos.
Viver do YouTube?
Sim, é possível! Temos vários exemplos desses lá fora e, felizmente, já temos em Portugal também. O dinheiro que ganhamos com o YouTube surge através dos anúncios que muitas vezes aparecem quando clicamos num vídeo, ou então também podemos ser remunerados ao trabalharmos com marcas, que por sua vez fazem publicidade no nosso conteúdo.
Uma mensagem para ti
Arrisca! Se queres mesmo começar um canal de YouTube, um blogue ou qualquer outra coisa, fá-lo! Deves sempre fazer aquilo de que realmente gostas, e de qualquer das formas, não perdes nada em tentar. Se fores paciente e trabalhador@, certamente que vais ter uma recompensa!
A ciência por detrás do sucesso…
Há também quem, para além de fazer parte da comunidade, tenha estudado a fundo o tema da produção de conteúdos. Tiago Viçoso é livestreamer do jogo World of Warcraft e autor da tese de licenciatura Criadores de conteúdos: a transformação de um hobby numa profissão através da comunicação online, e tem muito para te ensinar.
Youtube, Blogue, Livestream… O que escolher?
Criar conteúdo no YouTube ou num blogue, ou fazer streaming de videojogos, são coisas diferentes e requerem de ti abordagens diferentes. E como cada uma tem as suas especificidades, o primeiro passo é, segundo o nosso entrevistado, “perceberes que tipo de conteúdo queres partilhar”.
Mas, afinal, que plataforma deves escolher? O Tiago Viçoso explica-te: “Se quiseres fazer vídeos, o YouTube é claramente a melhor opção, mas se só quiseres escrever texto, então um blogue é o mais indicado”. E se quiseres misturar os dois? Nesse caso, “o blogue continuará a ser, provavelmente, a melhor opção, com os widgets a criarem as hiperligações para os teus vídeos”, de acordo com este especialista. Já o livestream é uma área muito específica, muito vocacionada para os videojogos, mas que, entretanto, foi aberta a todo o tipo de conteúdos, graças a ferramentas como o live video do Facebook.
O criador de conteúdos: Original e Dinâmico
Antigamente, as figuras públicas estavam muito longe do cidadão comum, e a interação entre elas e o público era inexistente. Com a Internet e as redes sociais, passaram a existir celebridades online, que têm a particularidade de estar muito mais próximas das pessoas – passou a haver interação e, como tal, maior empatia. Isso permite ao criador de conteúdos, de acordo com o Tiago Viçoso, “adaptar mais facilmente aquilo que faz ao que o seu público procura”.
“Por exemplo”, explica, “um youtuber que crie conteúdos relacionados com culinária deve manter-se fiel ao tema, sob pena de perder a sua identidade e aquilo que o distingue dos outros”. O segredo está “na forma como pode adaptar a gravação e edição dos seus vídeos, como fala para a câmara ou o tipo de receitas que partilha”, sustenta este teórico. É a partir desta interação que poderás criar uma legião de fãs.
Mas só conseguirás ganhar um grande número de seguidores se fores dinâmico na tua produção de conteúdos. Uma das conclusões a que o Tiago Viçoso chegou com a sua tese de licenciatura aponta a periodicidade da partilha dos conteúdos como essencial para o interesse do público. Segundo o próprio, “as pessoas interessam-se mais por conteúdos publicados num espaço de tempo mais curto”; ao mesmo tempo, precisas de perceber até onde deves ir, para não saturares os teus seguidores.
De acordo com este especialista, a altura em que isso deve acontecer depende da plataforma e do conteúdo: “Se fizeres livestreaming de jogos, a regra é fazê-lo diariamente; no caso dos bloggers e dos youtubers, acho que faz mais sentido dar tempo à audiência para absorver os conteúdos, reagir a eles e partilhar com os amigos – um post de três em três ou de quatro em quatro dias parece-me o mais indicado”. Claro que, em ocasiões específicas, pode justificar-se a publicação diária de conteúdo.
Fazer dinheiro: Como e quando?
Neste momento, criar conteúdos online está na berra, e por isso podes ser tentado a pensar que vais ganhar dinheiro rapidamente. Mas atenção, porque as pessoas com maior sucesso não começaram a criar conteúdos com esse objetivo; fizeram-no porque queriam partilhar algo. Com o aumento do interesse do público, as plataformas online foram crescendo, e com isso as marcas passaram a apostar neste mercado.
O Tiago Viçoso dá como exemplo o livestreaming, onde há “utilizadores com acordos de parceria diretamente com o canal (como a Twitch TV), através dos quais recebem uma percentagem dos ganhos totais em publicidade”. Significa isto que não existe um salário fixo, e que o valor recebido está dependente do número de visualizações.
Já no YouTube – com os anúncios e as visualizações – e nos blogues – com os banners – as receitas “continuam a ser geradas através da publicidade, existindo também as parcerias que, nos casos mais profissionalizados, surgem sob a forma de posts pagos”, sustenta este especialista. Também aqui não existe um salário fixo ao final do mês, e os rendimentos dependem da adesão do público e do interesse das marcas.
[Reportagem: Tiago Belim]
[Fotos: cedidas pelos entrevistados]
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