Se há quem saiba o que é fazer um estágio, esse alguém é a Luciana Paredes, que ainda antes de terminar a sua licenciatura já conta com quase duas dezenas de estágios curriculares. E não tem dúvidas: essas experiências podem ser decisivas na altura de conseguir um emprego.
Nome: Luciana Paredes
Empresa e Atividade: Educadora de Infância no Jardim-Escola João de Deus da Estrela
Formação: Licenciatura em Educação Básica na Escola Superior de Educação João de Deus
Como surgiu a oportunidade de fazer este estágio?
Estou presentemente a realizar um estágio curricular no Jardim-Escola João de Deus da Estrela, numa turma de 6º ano, no âmbito da minha licenciatura em Educação Básica, que termino neste ano letivo. Este estágio, por ser curricular, tem cariz obrigatório. Tive a oportunidade de escolher, para o efeito, qualquer um dos 55 jardins-escolas da Associação João de Deus, ou ainda qualquer outra escola do país que se dispusesse a receber-me, uma vez que a escola superior que frequento, a ESE João de Deus, facilita muito o contacto com outras instituições educativas, através de protocolos com as mesmas.
“Os estágios servem essencialmente para aprender, mas são também uma forma de mostrarmos o nosso valor e as nossas capacidades: se nos fizermos notar pelas melhores razões, eles poderão ser o nosso “trampolim” para o mercado de trabalho.”
Tendo em conta o teu curso, que mais-valias traz a realização de um estágio? E no teu estágio, concretamente, o que destacas?
A minha licenciatura está muito bem concebida, já que desde o primeiro ano tenho estágios curriculares semestrais – que se traduzem nalgumas horas semanais de estágio por semestre – e semanas de contacto com a realidade educativa (quatro semanas anuais de estágio, das nove às cinco). Isto permitiu-me experimentar diferentes realidades educativas e, ao fim de três anos de licenciatura, já realizei estágios em mais de 16 escolas por todo o país e fora dele, nomeadamente no Brasil.
Naturalmente, estas experiências trouxeram-me contactos. Os estágios servem essencialmente para aprender, mas são também uma forma de mostrarmos o nosso valor e as nossas capacidades: se nos fizermos notar pelas melhores razões, eles poderão ser o nosso “trampolim” para o mercado de trabalho.
O que é que aprendeste na tua licenciatura que se revelou fundamental para esta experiência profissional? E o que aprendeste no estágio que não aprendeste no curso?
Na verdade, toda a minha licenciatura se revelou fundamental. Senti que todas as disciplinas foram úteis e se relacionaram com o meu futuro profissional, e devo destacar novamente a importância do estágio. Os estágios, colocando-nos diretamente no terreno educativo, dão-nos uma perceção real do que será o nosso trabalho futuro, e da interação quer com os alunos, quer com os restantes elementos da comunidade educativa.
Por outro lado, todas as experiências vividas no âmbito dos estágios, mais ou menos positivas, contribuem e têm valor para o nosso amadurecimento pessoal. A verdade é que a grande dificuldade desta profissão não está no saber os conteúdos. A grande dificuldade está no modo de ensinar. Como motivar os alunos? Como mantê-los disciplinados? Como levá-los a compreender? A meu ver, o grande desafio é responder às perguntas: educar para quê? Quais os conteúdos, os objetivos adequados ao cumprimento dos objetivos propostos para o processo educativo? Em todos os meus estágios, encontrei respostas a estas e outras desafiantes questões.
Em teu entender, do que precisa um jovem na transição da universidade para o mercado de trabalho?
Julgo que a entrada no mercado de trabalho requer antes de mais uma predisposição da pessoa para trabalhar e se dedicar à prática profissional: amor ao trabalho e a uma profissão concreta. A pessoa deve estar mentalizada para atingir a excelência e nada menos do que isso!
Por outro lado, a pessoa deve estar bem preparada a nível académico, o que implica não só dedicação durante o curso, como também uma escolha ponderada do curso e da faculdade. Parece-me que a realização de estágios ao longo do curso é igualmente importante, e quem não tiver estágios curriculares deve procurar fazê-los ao longo da licenciatura.
Por fim, julgo que a realização de pequenos cursos de preparação para a entrada no mercado de trabalho é uma mais-valia. Eu tive a sorte de ter uma cadeira opcional no meu curso, de nome “Percursos Profissionais”, onde aprendi coisas muito úteis para o ingresso no mercado de trabalho: Como preparar-me para entrevistas de emprego, como construir um currículo, como criar cartas de apresentação, como trabalhar em dinâmicas de grupo, o que esperar das fases de recrutamento, etc.
Que desafios vão encontrar no mundo profissional, que não conheciam do mundo académico?
Uma vez que ainda não me encontro integrada no mundo profissional propriamente dito, não experimentei verdadeiramente os desafios do mundo profissional. No entanto, a qualidade do meu curso e a experiência que acumulei graças a ele, permitem-me sentir muito confiante quanto ao meu futuro profissional.
[Foto: cedida pela entrevistada]