Opinião | Empreender cedo: O poder de dar espaço para criar, errar e recomeçar
Num mundo em mudança acelerada, em que as profissões se reinventam e os desafios sociais e ambientais se multiplicam, o empreendedorismo deixou de ser apenas uma competência “útil” — tornou-se essencial.
Mas quando falamos de empreendedorismo, não estamos apenas a falar de abrir empresas. Falamos de atitude, de pensar de forma criativa, de resolver problemas reais e de agir com propósito.
E é precisamente esse o espírito do Step Up to Start Up, um programa nacional que desafia alunos do ensino secundário a transformarem ideias em projetos com impacto. Promovido pelo Instituto Rodrigo Guimarães, o programa é 100% gratuito — através de bolsas de empreendedorismo atribuídas pelo Instituto — e foi criado para dar aos jovens uma experiência prática de inovação e colaboração.
Durante 13 semanas, os alunos são desafiados a trabalhar em equipa e a desenvolver soluções para problemas do quotidiano. O percurso é acompanhado por Learning Coaches e enriquecido por Talks de empreendedores e especialistas. No final, as equipas finalistas participam no Last Step, um evento ao estilo Shark Tank, onde a equipa vencedora recebe 30.000 € para implementar o seu projeto.
Aprender a criar é aprender a pensar
O empreendedorismo jovem é uma ferramenta poderosa de educação. Quando um aluno é incentivado a criar algo novo — seja um produto, uma aplicação ou uma solução para a comunidade — está, na verdade, a desenvolver competências transversais, que farão a diferença — em qualquer área profissional —, nomeadamente criatividade, pensamento crítico, liderança, comunicação e resiliência.
Aprender a empreender é, também, aprender a lidar com o erro. E é aqui que está uma das maiores virtudes deste tipo de programa: dar aos jovens a liberdade de experimentar e de falhar num ambiente seguro. Essa experiência de tentativa e erro é, muitas vezes, o que mais falta nos modelos tradicionais de ensino, demasiado centrados na resposta certa e pouco no processo de descoberta.
Portugal precisa de jovens empreendedores
Portugal tem hoje uma nova geração de jovens talentosos, curiosos e criativos. O que muitas vezes falta é o espaço para aplicar essas ideias — para as testar e ver o impacto que podem gerar. O Step Up to Start Up nasce precisamente dessa necessidade: oferecer um contexto de aprendizagem onde o conhecimento se transforma em ação.
Num país que enfrenta desafios demográficos e económicos profundos, investir no empreendedorismo jovem é investir no futuro. Cada ideia desenvolvida hoje por um aluno pode ser a semente de uma startup, de uma solução social ou de um projeto sustentável amanhã.
E, acima de tudo, programas como o Step Up ajudam a formar cidadãos mais ativos, com consciência crítica e vontade de mudar o mundo à sua volta.
Dar o primeiro passo
O Step Up to Start Up não é apenas um programa — é uma porta de entrada para o futuro. É um espaço, onde os jovens aprendem a colaborar, a comunicar, a arriscar e a acreditar nas suas ideias.
As inscrições para a 3.ª edição estão abertas até 31 de dezembro online.
Se é professor, incentive os seus alunos.
Se é pai ou mãe, mostre-lhes esta oportunidade.
Se és aluno, não esperes pelo momento certo — dá o primeiro passo.
Porque o futuro começa com um passo.
E esse passo pode ser o teu.
Artigo de Elizabeth Rothfield, Membro do Conselho de Administração do Instituto Rodrigo Guimarães










