Aptidão? A coordenada (interior)
Marcando a despedida de uma etapa e a alvorada de um novo horizonte, a conclusão do Ensino Secundário revela-se um autêntico pesadelo, onde escolhas e desafios — que determinarão o futuro — imperam.
Hugo Morais, Mental Coach, defende que alinhar aspirações e eleger o campo do saber predileto transformará dúvidas — em trajetórias claras e com propósito —, mediante a ousadia de uma escuta atenta — a anseios e ambiguidades.
- Paixão
“O que queres ser quando fores grande?” é a pergunta (mais) badalada, que — com relativo à-vontade — obedece a uma profissão ou a um “não sei” despreocupado.
A identificação de padrões de pensamento — e hábitos pessoais — implica tempo, enumerando traços, pontos fortes e interesses, que possibilitarão a reflexão sobre habilidades-chave — a considerar.
Definir — posteriormente — um conjunto de setores — consoante as preferências registadas — direcionará opções, facilitando um processo seguro — e consciente.
- Informação
O averiguar da nota do/a último/a colocado/a e das provas de ingresso exigidas permite — em modo pesquisa — uma análise realista das expetativas, estruturando um plano estratégico de metas — e requisitos mínimos —, que garantirão alcançar a (almejada) vaga.
Ao explorar os conteúdos curriculares — e as disciplinas —, a participação em eventos, o contacto com especialistas e a realização de workshops constituem uma base sólida para conhecer tendências e adquirir talentos valorizados.
- Desemprego
Apesar da inconstância — e mutabilidade —, as predisposições apresentadas — transição para áreas dissemelhantes ou margem de progressão — terão de ser encaradas, uma vez que “conceber projetos de vida inexequíveis produz frustração”.
“Brighter Future” — providenciada pela Fundação José Neves (FJN) — proporciona a verificação da evolução laboral, comparando dados — relativos à empregabilidade e competências.
- Extra
Permanecendo atualizado/a, o cultivo de conexões favoráveis alicerça o acesso a oportunidades, que assegura a concretização de desejos.
O verdadeiro diferencial reside na aplicação prática e na construção contínua de perícias, investindo num part-time e abraçando experiências complementares, que transcendam o ambiente académico e ampliem a resiliência.
- Arrependimento
O veredito já não traz recompensas? A examinação dos motivos — e dos cenários existentes — é imperativo — sem dramatizar.
A formalização da transferência — aliada ao congelamento da matrícula e à admissão num ano sabático — conduzirá à descoberta de rotas.
PS: A mudança é — sempre — uma efetividade.
Ao delinear o percurso académico, surgem inúmeras dificuldades. Quais são os passos essenciais para que a nova geração ingresse — com sucesso — no Ensino Superior?
Diria que o passo mais importante e que está na base da maioria dos casos de sucesso, está em atempadamente, decidirem bem qual o curso que devem seguir. Em que aqui o decidir bem, significa decidir de forma fundamentada, em que eu consigo argumentar muito bem, porquê este caminho em vez de outros.
Digo que este é o passo mais importante, porque tendo a decisão tomada, somos mais assertivos na escolha das disciplinas no secundário, e nas provas de ingresso que devo investir, o que vai resultar não só em candidaturas mais bem fundamentadas, mas também numa maior motivação no meu dia a dia escolar, e na minha preparação para os exames, porquê? Porque já tenho uma meta visual do que porquê deste esforço e do porquê de estar a estudar.
Em termos de metodologia para uma escolha acertada do curso, dividimos em 3 fases: o primeiro passo essencial é o autoconhecimento, perceber quem se é, quais são os interesses, valores, talentos e motivações. Depois na 2ª fase, devemos explorar quais as profissões que vão ao encontro desses interesses, dessas aptidões e dessas ambições. Finalmente segue-se a 3ª fase, em que agora que já temos algumas profissões em vista, vamos definir quais os melhores caminhos para lá chegarmos, nomeadamente, pesquisarmos sobre os cursos, as suas médias, os seus planos de estudos e saídas profissionais.
O que deve pesar na balança?
Empregabilidade e salários são indicadores importantes, mas a satisfação pessoal e o alinhamento com os interesses e competências são ainda mais decisivos para uma carreira sustentável e que me entusiasme.
Cursos menos convencionais podem ser excelentes opções, desde que haja identificação genuína com a área e um plano de ação claro.
A reputação da instituição ajuda sim, até porque existem segmentos do mercado de trabalho em que isso é decisivo, ainda assim, diria sempre que não substitui o desempenho individual e já agora, o networking ativo.
Com a evolução progressiva da Inteligência Artificial, realizar conjeturas sobre o tecido empresarial é arriscado, tendo em conta a velocidade a que os cenários se modificam?
Sem dúvida, o mundo está a mudar rapidamente. Contudo, isso não significa que seja impossível planear. O segredo está em apostar em competências transferíveis: pensamento crítico, resolução de problemas, adaptabilidade, literacia digital e emocional. A orientação vocacional deve fomentar preparação para a mudança, mais do que rigidez num plano. A versatilidade será uma das maiores vantagens competitivas no futuro. Mais do que procurar qual a minha gaveta no armário das profissões, devo sim identificar e fomentar as minhas aptidões e entender de que forma isso pode ser útil na sociedade do presente e do futuro.
Pensar só em Informática é redutor?
Sim, é redutor. A área da Informática é incontornável, mas o mundo precisa de humanos para pensar, sentir, criar e comunicar. Áreas como a saúde e ciências da vida, a educação e formação, a saúde mental e desenvolvimento humano, a sustentabilidade, ambiente e energias renováveis, artes, design e criatividade, direito e ética, biotecnologia, gestão e recursos humanos, empreendedorismo e ciências sociais têm um papel vital no equilíbrio do desenvolvimento global. A verdadeira inovação está na interseção entre diferentes saberes.
Que erros são mais recorrentes?
- Escolher um curso apenas pela pressão social ou familiar;
- Seguir uma área pela suposta empregabilidade, sem gostar verdadeiramente do conteúdo;
- Não procurar informação suficiente (sobre plano de estudos e saídas profissionais) ou não visitar universidades antes de escolher;
- Ignorar a importância das soft skills;
- Pensar que a escolha do curso determina o futuro para sempre. Não determina — o percurso pode (e deve) evoluir.
A formação não é suficiente para atingir a concretização. O fortalecimento de qualificações interpessoais de comunicação e de gestão de tempo ou a integração em atividades impulsionam o networking e enriquecem o curriculum vitae?
Exatamente. As competências interpessoais são cada vez mais valorizadas. A participação em voluntariados, projetos, associações, estágios, concursos, ou intercâmbios permite o desenvolvimento de soft skills e mostra iniciativa. Estas experiências criam redes de contacto, expandem horizontes e abrem portas que os diplomas, por si só, não garantem. O mercado de trabalho valoriza cada vez mais perfis completos e proativos.
Dicas?
— Aprende inglês;
— O networking vale mais — do que um “canudo”;
— Investe em soft skills;
— Sê pontual — e proativo/a;
— Pede feedback;
— Ouve “nãos” — e segue em frente;
— Mantém um portfolio apelativo.
Aptidão? A coordenada (interior)
