Entrevista | Catarina Rema: O feminino na Robótica
De acordo com o Boletim Estatístico “2022”— da Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género (CIG) —, os homens compõem 71% do fluxo das Ciências, Engenharias e Tecnologias.
Catarina Rema venceu a medalha de prata no concurso da International Conference on Autonomous Robot Systems and Competitions (ICARSC), declarando — em entrevista — um percurso de “Mérito e Excelência”, que revela os desafios — e o futuro — de um ramo, que trata mecânicas e circuitos integrados por “tu”.
Engenharia Eletrotécnica. Porquê?
Habitualmente, profiro que constituiu o meu tiro no escuro — mais bem dado —, uma vez que vislumbrar um produto e um hardware finalizado exterioriza-se num recurso funcional.
O Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP) incute o trabalho autónomo — e em grupo —, promovendo o discurso compreensível e a aquisição de uma convicção segura, que abre portas para uma preparação efetiva — num cenário competitivo.
A conquista do prémio “Melhor Média” marcou uma passagem triunfante. Que práticas valeram o notável reconhecimento?
O fascínio genuíno conduziu à adoção de um ritmo metódico, que espelhava antecipação, em detrimento de uma corrida — incessantemente — atrás do prejuízo, estudando — ao longo do semestre.
A distinção refletiu organização, disciplina e confiança.
O estágio — na Amorim Cork Solutions — evidenciou um equilíbrio — entre duas frentes exigentes. A experiência destacou traços relevantes?
A facilidade em comunicar — mesmo rodeada por especialistas — demonstrou que possuía um propósito — sem intimidações —, fornecendo uma destreza ágil, que não se aprende nos livros, nomeadamente a negociação — com fornecedores fabris — ou a tomada de decisões impressionantes.
Todavia, a estrutura era — extremamente — estandardizada, dificultando a introdução de melhorias ou mudanças, mas desistir nunca fez parte dos planos [risos].
A Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) é — agora — a casa de um novo ponto de partida. O abandono da estabilidade resultou do abraço à autosuperação?
A realidade chocante do setor, onde os profissionais desempenham tarefas repetitivas e perigosas, confrontou-me com uma verdade desconfortável — que reprovei.
O desígnio definido de proteger, mediante a substituição de serviços — comprometedores do bem-estar —, fornece inspiração à dissertação de Doutoramento, que me encontro a redigir — para incorporar soluções transformadores no sistema.
O cosmos da Investigação manifesta ser uma das bandeiras prioritárias. O Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESCTEC) cria espaço para a inovação?
A 100%.
O ambiente proporciona um acesso total a equipamentos de ponta e a instalações progressistas, que viabilizam um crescimento inigualável e uma aprendizagem eficiente, oportunizando a exploração de áreas singulares.
As vozes masculinas — ainda — imperam. Que instigações acarretam?
O impacto provém do exemplo, através de posições de liderança e de mentalidades de visibilidade.
Vivendo — na geração do TikTok, da influência e do scroll rápido —, a atuação deverá dar palco a feitos e a rostos sublimes — e admiráveis.
A Inteligência Artificial emergiu — como um estímulo poderoso. Os benefícios ultrapassam as adversidades?
O potencial de plataformas ou chatbots reivindica limites — para evitar a dependência crescente e o enfraquecimento da criatividade, do pensamento crítico e da autonomia.
A grande objeção do futuro residirá — assim — numa adaptação, que garanta a preservação de competências — exclusivamente — humanas.
Um conselho?
Os momentos de frustração — aliados a obstáculos complexos — parecerão intransponíveis.
Porém, a curiosidade, a persistência e a coragem conectarão caminhos, tornando o esforço — em satisfações inexplicáveis.
