Entrevista | Maria José Fernandes: PRESTÍGIO técnico
A responsabilidade de transmitir sinais de esperança exige a criação de conjunturas para um futuro — à medida de sonhos e aspirações.
Maria José Fernandes, Presidente do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP), explana — em entrevista — que “a solidificação das Bolsas de Estudo e dos auxílios de emergência” compõem os pilares prioritários.
A outorga de Doutoramentos contribui para o desenvolvimento regional?
Após uma luta acirrada, o sucesso alcançado alinha-se — diretamente — com a capacidade de conferir graus académicos, reconhecendo — de forma consistente — a componente pedagógica e enaltecendo o impacto na qualificação de profissionais, na colaboração, na transferência de conhecimento e na coesão territorial.
O avanço na Investigação espelha — ainda — visibilidade e resultados concretos, que evidenciam uma preparação — em conformidade com as imposições.
O robustecimento da Ação Social encabeça uma das bandeiras. O esbater de custos promete reter talento e apoiar a Lifelong Learning?
O conjunto de critérios — desenhados para mitigar as adversidades — terá de englobar um complemento da oferta de camas e um ajuste das propinas ao rendimento económico das famílias, fornecendo uma verdadeira igualdade de oportunidades.
A atuação — com seriedade — vislumbrará os estudantes — enquanto cidadãos, que merecem crescer e prosperar.
A divulgação dos resultados das colocações conduz à primeira pedra no sapato — a procura de um quarto. Que paradigma virtuoso atenderá ao “atraso” na execução do Plano Nacional para o Alojamento no Ensino Superior (PNAES)?
O grande desafio reside na ausência de uma proposta faseada — acompanhada por um investimento proporcional —, que prefere atacar os problemas estruturais, mediante respostas concretas e integradas, em vez de empurrar soluções paliativas — “com a barriga”.
A deslocação diária — de residentes das periferias — tornou-se numa alternativa viável — fruto da introdução dos transportes gratuitos — para superar o preço proibitivo da especulação imobiliária e a falta de condições dignas.
Todavia, as implicações na Saúde Mental, o tempo dispensado e as dificuldades na integração refletem sacrifícios silenciosos — e ignorados.
O “Infocursos” regista um aumento de um dos maiores flagelos. O deteriorar do bem-estar é o principal culpado?
No âmbito das TRFS (Tendências do Futuro no Ensino Superior), os dados recentes indicam que o abandono surge pelo acentuar de conflitos emocionais — como pressão, isolamento ou solidão —, que requerem suporte adequado.
O cenário dita uma existência clara da necessidade de melhorar os serviços e de assegurar uma cultura, que normaliza o diálogo, incluindo mentorias e espaços de expressão seguros, uma vez que a prevenção passa pela conceção de ambientes equilibrados.
O Governo aprovou a “reforma profunda” do Regime Jurídico (RJIES), que carece de “luz verde” do Parlamento. O reforço da definição de estratégias — a médio e longo prazo — estimula a competitividade?
A autonomia permite uma tomada de decisão célere e eficiente, que favorece uma gestão consciente — livre de vícios de controlo excessivo, flexibilidade limitada e regras burocráticas incoerentes.
A inovação testifica um compromisso compacto no cumprimento de missões — de qualidade —, que obedeça a normas independentes.
A avaliação deixa de ser um exclusivo da A3ES. A abertura promoverá um novo fôlego?
Atualmente, a adaptação de mecanismos de acreditação — em contexto de alianças — apresenta um desfecho exequível para colmatar as falhas e as incertezas, que originam entraves à adoção de padrões europeus.
O início de um debate intenso salvaguardará a conversão de formações conjuntas — em realidades funcionais —, que representam uma mais-valia para a mobilidade e para a internacionalização, reivindicando intenção e alicerces regulatórios modernos e interoperáveis.
A legislação desbloqueou a “progressão”. As “alterações gestionárias ao posicionamento remuneratório” garante a valorização da carreira docente?
A disparidade injustificada e penalizadora na carga horária intensificou-se — com o método de dedicação plena —, onde os subsistemas possuem uma assimetria evidente, que demanda modificações, dignificando a riqueza de uma função complexa.
Defendemos — igualmente — a elaboração de um Estatuto de Carreira Única para o Ensino Superior (ECUES), que envolva um quadro legal harmonioso e proteja uma organização concordante, atrativa e justa.
Que rumos perspetiva?
A preocupação — com os efeitos do novo modelo de acesso validado — prende-se a impasses naturais de uma transição abrupta, que causa dúvidas e ambiguidades, e às implicações constitucionais.
O fortalecimento do FAL (Fundo de Apoio ao Ensino Superior) — e a verificação do FNE (Fundo Nacional de Educação) — deverá constar no centro da Agenda — na próxima legislatura.