Nível #4: Uma escolha com futuro (ou de segunda linha)?
Envolvendo experiências hands-on num campo de conhecimento singular, as opções de dupla certificação testificam (indubitavelmente) a aquisição de perícias práticas, aplicáveis ao cosmos empresarial.
Amadeu Dinis, Diretor da Escola Profissional CIOR, em Famalicão, e, recentemente, eleito como o novo semblante da Associação Nacional de Escolas Profissionais (ANESPO), enumera, em entrevista, os quatro pilares que sustentarão a sua atuação, proferindo que “a prioridade elementar é propor uma alteração acentuada no modelo vigente de orientação”.
Assume, agora, a liderança, como sucessor de José Luís Presa. O que podemos esperar do mandato 2024/2027?
Incumbimo-nos de evidenciar um compromisso exigente com as Escolas, assente em: “Sustentabilidade Financeira e de Tesouraria” — assegurar a regularidade dos fluxos económicos; garantir a revisão e atualização de tabelas; e promover um ajustamento das habilitações aos escalões, através do diálogo —, “Inovação Pedagógica e Reforço das Ofertas Formativas” — impulsionar um conjunto de iniciativas, que valorizem os projetos produzidos e que mobilizem a criação de ambientes de aprendizagem, ajustados às imposições do seio laboral e aos interesses e aptidões dos/as discentes; potenciar os Centros Tecnológicos (CTE); otimizar as possibilidades acessíveis pela avaliação do Catálogo Nacional das Qualificações (CNQ) em curso; e desenvolver condições eficientes às adversidades da inclusão e origem demográfica –, “Afirmação Institucional” – fortalecer a presença assídua em fóruns nacionais e internacionais, em particular no quadro da União Europeia e da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) – e “Organização e Funcionamento” – dinamizar e modernizar os serviços; potenciar o desempenho das estruturas regionais; aumentar o número de associados; e incrementar uma estratégia de comunicação articulada e defensável.
40% dos jovens frequentam a via profissionalizante. Todavia, 55% corresponde ao objetivo almejado pelo Governo, até 2030. Que desafios carecem de recursos?
A prioridade elementar é propor uma alteração acentuada no modelo vigente de orientação, que deverá ser composto por equipas multidisciplinares e deslocalizado para serviços autónomos e independentes, com a participação das Câmaras Municipais, CIM’s e Áreas Metropolitanas, fomentando a transmissão de informação assertiva sobre as alternativas cedidas.
Já a efetiva implicação dos diferentes atores e o combate ao estigma terão, igualmente, de ser duas das bandeiras, que integram as campanhas de divulgação.
Declarando-se como um aliado das organizações corporativas, a empregabilidade manifesta ser um dos pontos altos?
Seguramente.
A colossal relação umbilical com as entidades empregadoras — que auxiliam na fixação de cada programa, envolvendo-se, ativamente, em atividades — define-se num paradigma, sustentado nas competências mais cobiçadas, como a comunicação, a responsabilidade ou a criatividade, elevando a viabilização de um emprego diferenciador — gerador de ganhos salariais superiores.
Segundo a Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares (DGEstE), entre 2018 e 2021, as predileções concentravam-se em Ciências Informáticas (13%), Hotelaria e Restauração (12%), Audiovisuais e Produção dos Media (9%), Turismo e Lazer (9%) e Desporto (9%). Mantêm-se?
Sem dúvida.
É crucial que se atente ao vínculo entre as destrezas vocacionais e as necessidades locais, para que a articulação corresponda a ambos os desideratos.
A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) deprecia a não convergência entre os cursos Científico-Humanísticos e os cursos Profissionais. De que forma se supre o fosso existente?
O Conselho Nacional de Educação recomenda “a elaboração de um concurso especial de acesso, a creditação do Secundário, a direção vocacional, e a disposição dos currículos”, visando equacionar as principais instigações que se colocam, num cenário complexo e incerto, dominado pelas novas tecnologias e pela Inteligência Artificial — de provisional reinvestimento de avultados expedientes.
Entendemos, assim, ser urgente estimular um debate profundo entre as Escolas e o Ministério, no sentido de se alcançarem pontes de aproximação e melhoria, a fim de uma escolaridade obrigatória integral — na sua plenitude.
O Ensino Profissional é, ainda, vislumbrado como um parente pobre da Educação?
De todo.
É, decerto, o caminho e a oportunidade para a concretização de sonhos, uma vez que um jovem motivado está condenado ao sucesso.
Com a dinâmica dos seus projetos formativos e socioculturais, contribuem para a coesão e sustentabilidade territorial — particularmente em zonas de baixa densidade — e para a redução drástica do abandono escolar precoce, proporcionando ao tecido económico técnicos especializados, altamente qualificados, aptos a responder às exigências do mercado de trabalho.