Filme da Netflix baseado em história verídica de duas irmãs sírias
Considerado “inegavelmente poderoso”, pelo The HollyWood Reporter, este drama, sobre duas irmãs sírias, foi aplaudido por quatro minutos no Festival de Toronto.
O filme “As Nadadoras”, lançado em novembro pela Netflix, conta a história real de Yusra e Sarah Mardini, irmãs e refugiadas sírias, que fugiram da guerra da Síria em busca dos seus sonhos.
As irmãs participavam em competições de natação no seu país, na Síria mas, em 2015, quando a guerra civil eclode no país, as irmãs “são obrigadas” a partir em busca de segurança.
Durante três horas e meia, as irmãs nadam lado a lado, no mar Egeu, para sobreviver e ajudar a salvar mais de 18 pessoas, que estavam com elas num pequeno bote salva vidas – esta é uma das principais cenas retratadas no filme produzido pela Netflix.
Chegam à Alemanha, o seu destino final, e aí Yusra começa a treinar na equipa de Berlim, acabando por se juntar à equipa de Refugiados nos Jogos Olímpicos – onde compete no ano seguinte (Rio de Janeiro, 2016).
Quando a história das irmãs se tornou pública, diversos produtores quiseram concretizar um filme baseado nas suas vivências.
Atualmente, Yusra Mardini é embaixadora da Boa Vontade da Agência da ONU para Refugiados, sendo uma voz para todos os refugiados do mundo e competiu nos Jogos Olímpicos de Tóquio de 2020, na Equipa Olímpica de Refugiados.
Sara Mardini, regressou a Lesbos – ilha na Grécia -para ajudar os refugiados que chegam todos os dias. Em 2018, ela e os seus colegas foram detidos pelas autoridades gregas, acusados de “tráfico-humano” por ajudarem os refugiados em Lesbos.
No dia 10 de janeiro, Sara foi chamada pela justiça, que a investiga pela alegada prática de tráfico, espionagem e participação em organização criminosa – tudo porque perante o drama dos refugiados, decidiu agir e tentar ajudar pessoas que se encontram numa situação, na qual a própria já se encontrou. Se for condenada, arrisca-se a 20 anos de prisão.
As organizações humanitárias mostram-se chocadas perante a decisão das autoridades gregas. Para a Human Rights Watch as acusações têm “motivação política” e a Amnistia Internacional diz que são “injustas e sem fundamento” e pede que as acusações sejam retiradas.
”As Nadadoras” é um filme real de superação. É emocionante e amplia as vozes dos refugiados que diariamente tentam chegar ao continente Europeu – desde 2011, que 5.7 milhões de sírios se tornaram refugiados.