Os especialistas concordam com a reabertura faseada das escolas, considerando que esta deverá ser feita consoante as idades dos alunos e a incidência da doença em cada região.
Em declarações ao DN, Filipe Froes, pneumologista e porta-voz do Gabinete de Crise para a Covid-19 da Ordem dos Médicos do Hospital Pulido Valente, afirmou concordar que as escolas devem abrir de forma faseada e não de igual forma em todo o país.
“A reabertura terá de começar pelas faixas etárias em que o risco é menor e mais facilmente controlável”, ou seja, “começaria pela reabertura das creches, dos zero aos três anos, e depois, eventualmente, a partir daqui até aos 12 anos, porque sabemos que as crianças nestas idades, entre outros fatores, têm menor densidade de recetores AC2 aos quais o vírus se liga. Não só têm menos doença como menos transmissibilidade”, referiu o médico.
Filipe Froes alertou que para se poder abrir a escola, o risco de transmissão de determinada região deve estar abaixo menor ou igual a 1, e que as escolas nunca poderiam reabrir em regiões que “não tivessem um número de novos casos abaixo dos 480 por cem mil habitantes”.
O pneumologista defendeu ainda a necessidade de haver uma rápida capacidade de testagem nas escolas, como forma de detetar casos assintomáticos.
Já o epidemiologista Ricardo Mexia também é da opinião que se comece a trabalhar num plano faseado para a reabertura das escolas, o que, aliás, “tem vindo a ser defendido desde sempre”.
Considerando que a reabertura deve começar “pelas faixas etárias mais jovens, porque a partir dos 12 anos o contexto de transmissão não ocorre só dentro da escola, ocorre sobretudo fora, sendo este o espaço onde os adolescentes mais interagem e sem controlo de regras”.
De ressalvar que Presidente da República no novo decreto do estado de emergência, aprovado na quinta-feira passada na Assembleia da República propôs um plano de reabertura faseada das escolas, como podes ver aqui.