Os professores de informática manifestam a sua concordância com a implementação do Programa Escola Digital Kit de Computador e de Conetividade, que prevê a disponibilização de um computador com acesso à internet a cada aluno e professor. “Como já tivemos oportunidade de o transmitir, revemo-nos na estratégia relativa à definição de 3 Kits de computadores com especificações diferentes, por ciclo de ensino, tendo em conta que as necessidades dos alunos são diferentes.”
Os docentes manifestam, ainda, o seu apoio relativamente à intenção de que os computadores, sejam cedidos e não doados aos alunos. Para que, deste modo, seja garantido o acesso a todos os alunos à tecnologia como via de aprendizagem e, ainda, garante que os equipamentos continuem ao serviço da comunidade educativa da respetiva escola, evitando o erro da estratégia do anterior Plano Tecnológico da Educação.
Todavia, a ANPRI manifesta a sua preocupação relativamente aos seguintes aspetos:
1) a ausência de estratégia de distribuição, apoio e manutenção dos equipamentos e a inexistência de recursos humanos para realizar as tarefas que serão agora responsabilidade dos Agrupamentos de Escolas/Escolas Não Agrupadas;
2) a não assunção do perfil, das atividades e do tempo a atribuir à Equipa de Desenvolvimento Digital (EDD) de cada Escola;
3) a segurança dos alunos, que passam a transportar mais equipamentos e quem está nas escolas tem a noção dos roubos, quer no interior das escolas, quer nas imediações;
4) a ausência de um plano e envelope financeiro correspondente, seja por parte do Ministério, seja por parte dos Municípios para o reforço das estruturas, cablagens e tomadas elétricas e o provável aumento da potência da eletricidade.
As escolas, regra geral, não dispõem de técnicos de Informática e, no final da aquisição e entrega dos KITs Equipamento e Conectividade, os agrupamentos de escolas ou escolas não agrupadas mais pequenas terão cerca de 1000 computadores e, os maiores mais de 3000 à sua responsabilidade.
Estas tarefas, se tiverem de ser realizadas por professores de Informática ou outros, não vão ao encontro das competências definidas no Estatuto da Carreira Docente e ajustam-se ao perfil de um “técnico de informática” que não existe na maioria das Escolas.
Os professores deixam o alerta: “Mas tudo tem um limite, entendemos que é tempo de estabelecer esses limites! Entendemos que está na altura de cumprir, escrupulosamente, o horário de trabalho. Porque em primeiro lugar somos professores.” – concluem.