Syro, pseudónimo de Diogo Lopes, é uma jovem promessa da música portuguesa. Com quatro singles já lançados o cantor/compositor/autor contou à Mais Educativa o que lhe vai na alma.
Lê mais sobre o passado, o presente e o futuro de Syro.
Mais Educativa (ME) – Quem é Syro? Porque é que escolheste este nome para te apresentares ao público?
Syro (S) – Costumo dizer que o Syro é uma espécie de camisola que o Diogo Lopes (eu) veste para se mostrar e dar a cara (e a voz) pelas canções que escrevo. Quando decidi criar este projeto a solo não me quis apresentar em nome próprio e então senti a necessidade de assumir um pseudónimo/heterónimo – Cyro era o nome do meu cão na altura em que procurava por um nome e vem daí.
ME – Como e quando é que vens parar ao mundo da música?
S – Honestamente acho que a música sempre me foi algo muito intrínseco. Não me lembro de existir sem música e sempre consumi muito o que de bom gosto musical lá em casa me passavam. Mas remonto a uma memória de quando eu tinha os meus 11/12 anos em que o meu pai me levou a ver ao vivo a banda de tributo oficial a Genesis, os ‘The Musical Box’, onde eu fiquei completamente rendido ao trabalho reproduzido com excelência do suposto Phil Collins na bateria. Já era fã, tanto da banda original como do Phil, mas assistir a este concerto ao vivo foi sem dúvida importante e marcante – levou-me a querer aprender e estudar bateria e deu início a toda esta minha jornada pela música.
ME – Era algo inevitável ou vês-te noutra área?
S – Sempre me vi como alguém capaz de fazer qualquer coisa na vida. Nunca gostei de me restringir a uma só valência, até porque não acredito que cada indivíduo exista e sirva para servir uma só vocação. Da mesma maneira que nunca percebi quando me perguntam porque é que deixei de ser baterista para ser cantor – nunca deixei de ser baterista só porque decidi criar um projeto onde canto e pelo qual dou a cara. Considero-me uma soma de tudo o que gosto e sei fazer. Agora, se me perguntarem se me vejo num emprego atrás de uma secretária das 9 às 18h, a resposta é “não”. Não porque não acho que fosse capaz ou porque tem menos mérito (de todo!), mas porque acho que não seria para mim. Sou uma pessoa que se move por paixões e impulsos, preciso de me sentir motivado para retirar prazer do que faço, e encontrei isso na música.
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ME – És considerado uma das jovens promessas da música nacional. Sentes essa responsabilidade?
S – Sempre fiz música sem pretensão. O que lanço, antes de tudo, tem de fazer sentido para mim, tem de ser honesto. E acho que eventualmente as pessoas também sentem isso. Nunca fiz música para atingir nenhum tipo de lugar de alta posição, portanto acho que essa pressão de ser seja o que for que esperam de mim nunca existiu propriamente – eu próprio ainda me estou a descobrir à medida que vou fazendo música. Existe, sim, o sentimento de que muitas vezes corro o dobro, e com muito gosto, por trilhar uma carreira como artista independente sem o peso nem influência que uma “label” pode trazer a um artista. Mas gosto de me ver como uma espécie de irmão mais novo que está a tentar lugar na mesa dos grandes, e acho que quem se apercebe disso acaba por dar mérito.
ME – Já viste a tua música nas principais rádios nacionais, em telenovelas e programas de televisão. Achas que o tema “Deixa Passar” foi o responsável por esta ascensão na tua carreira?
S – O Deixa Passar veio abrir, sem dúvida, muitas portas para tudo o que tenho vindo a fazer e a lançar. Sendo um primeiro single de um projeto a estrear, as possibilidades eram infinitas. Felizmente foi muito bem aceite desde o início e isso deixa-me muito feliz, porque leva-me a crer que a minha música e o que escrevo, para além de fazer sentido para mim, também faz para as pessoas que ouvem.
ME – Depois de “Deixa Passar”, lançaste em 2019 os temas “E Agora” e “Sinto-me Bem”. Como é a receptividade do teu público ao temas novos, que vais divulgando?
S -Eu acho que depois do Deixa Passar consegui criar entre as pessoas a curiosidade do que viria a seguir. Sempre recebi feedback muito positivo pelo que tenho vindo a lançar e acho que, mesmo quando o meu trabalho se tem mostrado diferente de single para single, já existe um fio condutor, um ADN próprio e que só a mim pertence, reconhecível por quem me tem acompanhado.
ME – O ano de 2020 começou com o teu novo single “Perto de Mim”. Este é o pontapé de saída para um ano onde pensas afirmar-te ainda mais na música?
S – Sem dúvida. E apesar de o Perto de Mim ser já um 4º single numa carreira a solo que existe há pouco mais de 1 ano, sinto que só agora é que as coisas poderão estar a começar.
ME – Em 2020, ainda vais lançar mais singles? E pensas apresentar um álbum ainda este ano?
S – Estou neste momento a escrever álbum completo. Acho que já faz sentido apresentar ao público uma obra de longa duração e, apesar de ainda não ter qualquer data de “release” planeada, quero acreditar que será ainda este ano. É possível que até lá lance mais um single que anteceda e impulsione o lançamento do álbum.
ME – Para além de cantor, acumulas as funções de autor e compositor. Em que é que te inspiras para criar?
S – Sempre adorei escrever. E sempre adorei criar melodias e cantarolá-las. Só não sabia na altura, em que era mais novo, que isso podia ser uma profissão. Portanto o gosto por criar sempre me foi algo inerente, é em estúdio que me sinto realmente realizado, onde vejo diariamente canções a nascer – e tudo isso move-me. Por norma escrevo muito sobre tudo o que me leve a pensar para além do que é suposto; se algo me incomoda, se foi algo vivido e precisa de ser desabafado, se alguém viveu e precisa da minha voz para ser contado. É por aí. Mas gosto sempre de começar por criar melodias, assentá-las sobre rascunhos instrumentais e deixar a canção falar por si – pergunto-me sempre nessa fase “o que é que isto me faz sentir?” e muitas vezes é a própria canção que me diz para onde quer ir e o que quer contar.
ME – Escreves e compões apenas as tuas músicas ou também o fazes para outros artistas? É um desafio?
S – Também o faço para muitos outros artistas e é um desafio no sentido em que, antes de escrever para alguém, preciso de perceber quem é esta pessoa, que sonoridade é que este artista quer vestir, e que história ou mensagem tem para contar. Por isso é que gosto sempre de conhecer a pessoa um bocadinho antes, ouvi-la, percebê-la. Costumo dizer que ser “songwriter” é um bocadinho como ser ator que, antes de poder interpretar o seu papel, tem de estudar a sua personagem, vestir-se dela e só depois personificá-la. Acho que escrever músicas para outros artistas também passa muito por aí – metermo-nos na personalidade e pessoa de um outro alguém.
ME – Este ano, onde é que vamos poder ver-te e ouvir-te? Já tens concertos marcados?
S – Já tenho informação de alguns concertos que vou ter este ano e alguns deles vão passar por festivais de verão, que eu adoro. Aguardo por enquanto a agenda completa e, assim que possível, meto tudo nas minhas redes sociais. Sigam-me através do nickname @syromusic em todo o lado para ficarem a par porque, fora do estúdio, é em palco que me sinto bem, com a energia de todos os que estão lá a viver o momento comigo.