Rita Pereira é um dos nomes e caras mais mediáticas de Portugal. Todos a conhecem como uma mulher talentosa e multifacetada, no corpo de atriz, manequim, apresentadora, dançarina, influencer e agora, também, mãe.
A personalidade forte, a garra e força sempre a caracterizaram, acreditando que nada se consegue sem trabalho e dedicação.
Alvo de vários comentários como figura pública, explica à Mais Educativa como lida com o lado negativo das redes sociais e do seu trabalho, como é o mundo da televisão e o que a diferencia como influencer, profissional e pessoa.
Muita gente sabe como foi o teu percurso na representação a partir dos Morangos com Açúcar. Conta-nos como foi a “luta” até ao casting da série da TVI.
Não foi uma grande luta porque o meu sonho não era ser atriz, portanto, sempre levei tudo com uma enorme leveza. Quando tinha 16 anos comecei a fazer alguns trabalhos como manequim. Quanto tinha 20 anos tive a oportunidade de participar na telenovela Saber Amar da TVI e a partir daí começaram a surgir oportunidades de trabalho na TVI, umas participações na SIC. Até chegar ao momento dos Morangos com Açúcar, em 2004.
Possuis uma personalidade forte. Quais das tuas características consideras que se tornaram essenciais para chegares até este ponto da tua carreira profissional?
Acho que o profissionalismo, a exigência para comigo e com os que trabalham comigo são algumas das essenciais características para construir o caminho que tenho vindo a contruir. Sou muito sincera. Gosto de bons profissionais e de ser boa profissional.
Fala-nos das tuas preferências: representação no teatro, cinema ou televisão?
Gosto muito de fazer televisão. É um ritmo alucinante que não é para qualquer um. Isso não temos no cinema nem no teatro. Mas também adorei as minhas experiências em teatro e cinema, dá-nos mais tempo para construir uma personagem. É um trabalho mais profundo. Na telenovela temos menos tempo de preparação, mas depois da “rodagem”, sendo mais longa, permite-nos explorar mais a personagem e ver a evolução que a mesma vai tomando.
“Com as redes sociais ficou mais fácil de as pessoas criticarem, mas também mais fácil
de me defender”
Já participaste em várias novelas. Houve alguma que te marcasse mais do que outras?
A Doce Fugitiva foi a novela mais exigente da minha vida, mas a que me deu andamento para todas as outras. Ao mesmo tempo, foi a mais divertida, a que me deixou criar mais. A Única Mulher também foi especial. Era uma mulher com personalidade forte, com traços muito característicos. A minha personagem sofria de violência doméstica. Era um “peso” muito grande interpretar este tipo de estórias. Mas ao mesmo tempo, dá um gozo enorme, senti que estava a fazer algo que iria abrir os olhos a muita gente.
Com quem mais gostaste de contracenar?
É difícil responder a isso. Temos o prazer da contracena com amigos, como a Marta Melro, o Rodrigo Menezes, a Kelly Bailey a Jessica Athayde, mas depois há o prazer da contracena a nível profissional como a Eunice Munoz, o Rui de Carvalho, a Simone de Oliveira, o Nicolau Breyner.
Qual foi a cena em que sentiste mais dificuldade?
Cenas que envolvem crianças é sempre muito complicado. Manteres a emoção certa, no momento certo, e teres uma criança em cena é algo complexo. Mas as crianças também têm uma ingenuidade que torna a cena única. A Única Mulher tinha cenas muito complicadas a nível emocional. Na k tive de fingir um parto, ao mesmo tempo que estava raptada. As cenas a cavalo são de loucos porque não há um controlo de segurança, é um “seja o que Deus quiser”. São cenas que exigiram muito de mim, mas que agradeço as oportunidades que tenho tido à TVI.
Porque decidiste tirar um curso em comunicação e jornalismo?
Sempre amei publicidade e na altura de entrar para a faculdade, o meu sonho era ir para o IADE, mas não tinha dinheiro para isso, então o curso que mais se aproximava e que tinha disciplinas que me dariam oportunidade de seguir a publicidade era a comunicação. Agora tenho mesmo a certeza que foi a melhor opção porque deu-me ferramentas para o meu trabalho de hoje.
Como figura pública és alvo de muitos boatos e críticas. como lidas com tudo isso?
A forma mais fácil de lidar com isso é assumir que faz parte da minha profissão. É um “plus” à nossa profissão que aprendes a lidar ao longo dos anos. No início era difícil conseguir lidar com alguns comentários. Mas fui ganhando defesas e sei como me proteger. Com as redes sociais ficou mais fácil de as pessoas criticarem, mas também mais fácil de me defender.
Como é trabalhar na televisão? Como é o ambiente neste meio?
O ambiente é bom. Vivem-se momentos muito bons quando estamos em gravações. Também é exigida muita concentração, mas há espaço e tempo para tudo. Trabalhar em televisão é um privilégio porque todas as noites estamos em casa de milhares de portugueses sem darmos conta e virem ter connosco para nos agradecer, de alguma forma, o que fazemos é muito gratificante.
Quais os aspetos mais negativos de trabalhar na televisão?
Ter de lidar com determinada imprensa.
Como vês o futuro da televisão portuguesa? Consideras que o mundo digital pode ter alguma influência nesse futuro?
A aposta na ficção portuguesa é cada vez mais visível, sejam telenovelas, filmes ou séries, isso mostra que tentamos acompanhar a tendência mundial e o papel do digital no conteúdo criado para os ecrãs é cada vez mais presente. Estamos a caminhar para uma televisão cada vez mais digital e para um mundo transmedia,
onde se torna completamente normal existir uma sinergia entre a televisão e os
restantes meios digitais.
Que conselhos darias a quem gostaria de um dia vir a trabalhar na televisão?
Para manterem o foco. Não se deixarem deslumbrar pela ideia de serem conhecidos, mas sim, por trabalharem em algo que gostam e que os motiva. Não perderem a vontade de aprender e procurarem sempre por renovar os conhecimentos que já têm. Nunca perderem a essência, quem eram antes da televisão.
Estás a viver uma nova experiência, o nascimento e crescimento do teu filho. Sentes que o teu papel como mãe tem sido um tema demasiado destacado pela comunicação social e público em geral? Como tens lidado com isso?
Não sinto que tenha sido demasiado destacado pela comunicação social ou público. Sou conhecida pelo público há 16 anos, mais ou menos, por isso é normal que as pessoas que gostam de mim e mesmo as que não gostam queiram acompanhar a minha vida pessoal, o nascimento do meu filho. Lido bem com isso. Claro que vão sempre existir críticas. Mas com isso já vou lidando, quer tenha filho ou não.
Anunciaste a tua gravidez com um vídeo no Instagram. O que te levou a dares a notícia dessa forma?
Queria dar a notícia da minha maneira, para os meus seguidores. Isto é o lado bom das redes sociais. Podemos contar a estória da nossa forma, da forma que queremos. E foi isso que fiz. Juntei os meus amores: o pai do meu filho, a música, a criatividade e a dança, para dar uma das melhores notícias da minha vida aos meus seguidores. Acho que não poderia ter existido uma forma melhor.
O que mais anseias e receias na tua vida?
Anseio pela felicidade dos meus e receio sempre a falta de saúde.
Tens mais de um milhão de seguidores, tanto no Instagram como no Facebook. consideras que é o conteúdo que publicas, enquanto criadora digital, que leva a este elevado número de seguidores?
Penso que, essencialmente, isso se deve ao meu trabalho e à forma como me dedico todos os dias a aquilo que gosto de fazer. As redes sociais vieram por acréscimo e apesar de saber que hoje em dia é fundamental essa presença marcada, gosto de acreditar que só existo nas redes sociais porque a minha profissão me deu essa visibilidade. Agora se falarmos de manter esse público, aí sim, o conteúdo que publico é uma âncora nessa questão.
O que achas que te diferencia enquanto influencer?
A verdade. Sem dúvida que é a verdade. Não publico nada no Instagram que não goste. Todos os conteúdos que lá estão são verdade. Todas as marcas com quem trabalho como a Prozis, Adidas, Continente, Oriflame, Universo, são marcas que eu acredito, confio e consumo. E acho que isso os seguidores sentem.
Sempre foste uma pessoa segura de ti mesma?
Desde pequena que sempre fui uma pessoa segura. Apesar de como adolescente também ter tido as minhas inseguranças. Mas sempre vivi bem comigo.
Qual foi o momento que mais te marcou até hoje?
Os momentos marcantes dividem-me entre o profissional e o pessoal. Felizmente tenho tantos momentos marcantes positivamente que é difícil nomear.
“Desde pequena que sempre fui uma pessoa segura”
Qual é o segredo para o sucesso?
Trabalho, trabalho e trabalho. Acho que se fizermos o que gostamos e nos focarmos trabalhando e dando o nosso melhor, vamos sempre ter sucesso, seja em que área de trabalho for.
Que projetos tens pensados para um futuro próximo?
Por enquanto encontro-me como jurada do A Tua Cara Não Me é Estranha e o projeto “ser mãe” acho que chega. De resto, ainda não tenho mais projetos que possa revelar, mas hei de voltar às novelas um dia destes.
[Imagem: João Portugal]