Nós somos aquilo que queremos! Foi isso que percebemos quando o Djodje nos disse que o sonho comandou a sua vida. Hoje, o coração do cantor divide-se entre Portugal e Cabo Verde, mas tem música que chegue para todos os seus fãs! Ele deu um concerto inesquecível no dia 11 de março, no Coliseu dos Recreios, em Lisboa, e nós recuperamos aqui a entrevista que ele deu em exclusivo à Mais Educativa!
Djodje, tu és um dos cantores de kizomba afropop mais aclamados na atualidade e uma referência para muitos jovens. Sentes que és um dos artistas que melhor representa a música africana em Portugal?
Não digo propriamente que sou um dos que melhor representa, mas sou um dos que tem tido maior abertura no mercado português, e tento fazer música africana da melhor forma que sei. E mesmo que não houvesse essa abertura, enquanto músico eu procuraria ter a melhor qualidade possível para as pessoas que ouvem e que apreciam o meu trabalho. Como um dos representantes da música africana em Portugal, mais propriamente da música cabo-verdiana, sinto uma grande responsabilidade em trazer boa música para cá.
Tu tocas piano e guitarra, cantas… Aprendeste de tudo um pouco por ti. Pode-se dizer que és um autodidata?
De certa forma sim, mas eu diria que 60% daquilo que sei foi aprendido por mim e os outros 40% foram adquiridos em formações que fui tendo ao longo do tempo. Eu não me considero propriamente um pianista, sou cantor e toco melhor guitarra do que piano, mas tenho muito interesse neste instrumento e utilizo os dois para compor, dependendo da vibração e do feeling do momento.
“Quando querermos alguma coisa, temos que lutar e trabalhar muito por ela. Não podemos desistir dos nossos sonhos!”
Editaste o teu primeiro single tinhas apenas 12 anos… Nessa idade já sabias que querias ser músico para a vida, ou era apenas um hobby? Como é que tudo começou?
Eu sempre fui muito precoce e, como nasci numa família rodeada por música, sempre soube que esse seria o caminho a seguir. Aos 12 anos não podia dizer que tinha a certeza daquilo que ia fazer no futuro, mas a música era algo que eu queria muito e, graças a Deus e com muito trabalho, hoje consigo viver dela.
11 de março marca a primeira vez que vais estar no Coliseu de Lisboa. É um concerto especial? O que estás a preparar para os teus fãs?
Para mim é um concerto muito especial e de muita responsabilidade, uma vez que é uma das salas mais conceituadas de Portugal. O facto de eu ter um concerto a solo no Coliseu é motivo de grande orgulho, e estou a trabalhar no máximo para que seja inesquecível para os meus fãs. O show vai ter muitas surpresas e alguns convidados especiais!
Também participaste num concurso de talentos. Que importância teve esse momento na projeção que tens hoje e que conselhos dás aos jovens que tentam a sorte em programas de talentos?
Acho que quando os jovens concorrem a programas de talentos – principalmente quando são mais novos e têm apoio familiar – as coisas são menos complicadas. Digo isto porque o mundo da música não é fácil… São muitos a querer ter uma oportunidade.
Mas os concursos ajudam bastante! Para além de poderes mostrar o teu talento a milhares de pessoas, eles fazem-te perceber que há uma competição saudável, mas que ainda assim tens de trabalhar bastante para seres o melhor. Acabas por aprender muito com os momentos menos bons, mas no fim percebes que é possível ultrapassá-los.
E depois também há o aspeto da promoção! Estás a promover-te e a mostrar o teu trabalho a outras pessoas que podem vir a ajudar-te na tua carreira.
Algumas das tuas músicas abordam o tema do amor e enalteces muito a mulher… Deixas muitos corações partidos? Qual foi o episódio mais “fora” que já tiveste?
Costuma ser tudo muito tranquilo! Tenho muitos seguidores e fãs a apoiar o meu trabalho e graças a Deus não existe loucura por parte das mulheres, mas sim uma demonstração de carinho e apreço pelo meu trabalho. Eu tento retribuir o carinho e recompensar com a minha música! Mesmo quando me encontram na rua e pedem para tirar fotos comigo, é tudo muito calmo.
Lembro-me de uma história muito interessante que aconteceu há uns anos… Eu tinha apenas 12 anos, tinha feito um espetáculo num festival em Cabo Verde e quando eu estava a entrar no carro vi uma multidão a correr para vir ter comigo. No meio de tanta gente, apareceu uma menina, assim pequenina, que me pediu um autógrafo. Quando pedi o papel para assinar, qual não é o meu espanto quando ela levanta a blusa! (risos) Foi muito engraçado!
Editaste três álbuns – Sempre…Tc, Check In e Feedback – e a partir daí lançaste singles como Poderosa, Chance ou Não Vai. Para quando um próximo álbum? Podemos esperá-lo ainda em 2017?
Talvez… Sim! O quarto álbum está previsto ainda para este ano, e ainda antes do verão. Já lancei quatro singles que vão lá estar – Não vai, Beijam, Namora comigo e La Ki Nos é Bom – e estou a trabalhar para isso! Vamos ver o que vai acontecer…
[Entrevista: Mariana Morais]
[Foto: Broda Music]