Um estudo publicado no site da Direção-Geral de Estatísticas da Educação e da Ciência (DGEEC) refere que os alunos dos cursos de Ciências e Tecnologias recebem notas mais altas em 0,27 valores do que os colegas de Línguas e Humanidades.
Esta análise é importante porque volta a levantar uma questão recorrente na avaliação dos resultados dos alunos nos exames nacionais do Ensino Secundário. Afinal, consoante os cursos ou o sistema de ensino (público ou privado), serão as notas internas inflacionadas?
Esta dúvida instalou-se devido à discrepância entre a classificação interna – que resulta do trabalho do aluno ao longo do ano – e a classificação externa, que corresponde à nota obtida nos exames. Em 2014, o Conselho Nacional de Educação alertou para esta situação no seu relatório Estado da Educação 2013, e em 2015 a Inspeção-Geral de Educação e Ciência abriu quatro processos de inquérito, para investigar de forma “mais aprofundada indícios de responsabilidade disciplinar”, detetados em inspeções a escolas, suspeitas de inflacionarem as notas internas dos alunos.
Este documento aponta ainda que, em Portugal, os subsistemas de ensino público e privado não são realidades homogéneas e que, dentro de cada um deles, existem grandes variações nas características dos alunos, dos professores e das escolas.
[Fonte: Agência Lusa]